domingo, 26 de dezembro de 2010

Ela chega daqui a dois dias

A Adriana chega daqui a dois dias. Eu estou apaixonado por ela, mas também estou morrendo de medo. E percebo sinais de defesa minha, de afastamento, de tentar estragar tudo para não dar certo. Ao mesmo tempo, tenho tanta vontade de tentar...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

NACREDITO

Comecei algo bem sério com a garota da Bahia. Dia 28/12 - daqui a 13dias, portanto - ela vem para cá. Acabei de confirmar as passagens.

Eu não to acreditando.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

vitórias e solidão

Hoje ganhei um processo e economizei duzentos e cinquenta mil reais para o meu cliente. Fiz uma defesa muito boa e o resultado foi fruto do meu trabalho. Fiquei orgulhoso de verdade, porque foi uma mistura de técnica jurídica e de literatura. Muitos elogios do cliente e da minha chefe.

Mas, também me deu muita tristeza. Porque eu não cabia em mim mesmo por aquela vitória e não tinha para quem contar. Queria pegar o telefone e contar pra alguem, mas não tinha pra quem. Contei para todo mundo no escritorio, mas, claro, a reação não passou de 'parabéns dr.'.

Queria alguem que se empolgasse de verdade, junto comigo. Alguém que ficasse feliz por me ver feliz, mesmo que não conseguisse entender direito do que se tratava.

Alguém que se orgulhasse de mim. Queria mesmo. Senti falta.

Quando as tuas vitórias são amargas, tem alguma coisa muito, muito errada acontecendo.

ah bem, esqueçam

esqueçam o que escrevi ali embaixo. é bobeira, foi alarme falso.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"vc tem varias nuances... é como retirar um lenço umidecido, sempre vem mais uma folha

e a gente puxa

e tem sempre uma nova folha

e é fresco quando passamos no rosto

e cheiramos

e o lenço molhado nas maos

ja nao sei mais se pelo teu cheiro

ou se pelo meu suor..."

Foi a coisa mais bonita que alguém já escreveu sobre mim. Será real? Não será outro truque?

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sonho

Dois sonhos cheios de detalhes e de ação: emum deles, eu participava de uma apresentação de Hamlet e, claro, tinha o papel de Hamlet. Interessante como lembrava de algumas frases do texto original no sonho... claro que tinha muita coisa misturada - mas a mistura era com outras peças de Shakespeare, como Falstaff sendo o companheiro de Hamlet.

No outro, Sherlock Holmes enfrentava uma revolução de máquinas modernas (por exemplo, uma moto que explodia o pneu da frente e SH pilotava empinando por vários quilômetros); no final, ironicamente, ele era salvo por uma máquina que falhava...

É por isso que prefiro viver no mundo dos sonhos...

Traficantes

Ontem meu irmão chega e pede dinheiro para minha irmã para pagar a dívida com o traficante. Minha irmã pede que eu vá junto para ela não ir sozinha na boca de fumo.

Vamos até lá, deixamos ele numa rua próxima da boca e esperamos. Esperamos, esperamos, esperamos. Minha irmã chorando de dores de cólica; fomos até a farmácia comprar remédio, voltamos e ele não tinha voltado. Voltamos para casa porque minha irmã não aguenta de dor; isso foi às duas horas da tarde.

Às onze da noite ele liga pedindo para ir buscá-lo. Eu vou, mais pra poder dormir em paz do que qualquer coisa.

Ele estava sem o tênis, sem a camisa e sem o boné que estava quando o deixamos; usava chinelos como um mendigo. Entra no carro e me pede mais trinta reais pra pagar o traficante. Claro que não dei, e fui brigando com ele até em casa. Falei que ele tinha que se internar, que se quisesse f*der com a vida dele tudo bem, desde que não f*desse com a nossa; que no dia que meu pai morreu tivemos que procurar ele na boca de fumo e ele tava fumado de pedra, e nem assim tinha tomado vergonha na cara.

To cansado. Eu me sinto sozinho, sem ter nada pra me segurar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Jantar e balada

Hoje teve jantar de fim de ano do escritório. Um pouco antes, durante o dia, tinham me convidado para ir na balada com eles depois do jantar.

Eu pensei em não ir, mas depois pensei que deveria sair mais, e quem sabe se, né? Comprei lâmina de barbear nova, desodorante novo, shampoo novo. Quando cheguei em casa fiz a barba que não fazia há uma semana, peguei minha camisa mais nova, passei perfume (coisa que não faço há meses).

Teve o jantar e foi legal; eu sei ser agradável e divertido, e boa parte da "alma da festa". Terminou o jantar, as pessoas começaram a se despedir, o pessoal que ia pra balada se reuniu e se despediu de mim.

Não tive coragem de contradizê-los e dizer que ia com eles. Vim pra casa e agora fico me sentindo um lixo, tanto por ter sido deixado pra trás quanto por não ter tido coragem de dizer que ia junto. A impressão que tive sobre eles terem me convidado é que fizeram isso para ter algo engraçado pra ver - tipo quando você convence um velhinho a andar de skate ou a vovozinha a pular de paraquedas, só pra dar risada.

Ando me sentindo tão solitário nos momentos que mais importam...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Irmãos e Irmãs

Meu irmão ficou fora quatro dias. Voltou chapado e violento. Vamos ter que interna-lo de novo... o pior é ficar com o coração na mão o tempo todo, sem saber se ele tá vivo ou morto, ou preso ou sabe-se lá o quê.

Minha irmã mais nova está doente, e não sabemos o que ela tem. Está toda inchada, a barriga tensa como um tambor, com diarreia, vômitos e fraqueza. Já fomos duas vezes ao hospital e ela não melhora. Essa é a minha irmã que vive deprimida, à base de remédios e de de álcool.

Cansado dessa vida...

sábado, 30 de outubro de 2010

Sra F

Quarta ou quinta feira recebo uma mensagem da Sra F no celular: "oi, estou com saudades suas. como vc está? Já tenho dois filhos. Sra F".

Respondi so no outro dia, dizendo 'que bom que voce alcançou o que queria! Estou bem, e vc?" Depois ela mandou outra mensagem, mais ou menos no mesmo sentido, e eu continuei sendo o mais neutro possível.


Ela tem dois filhos. Eu tenho duas tatuagens. Prefiro assim, e vai continuar assim.

Remédios e trabalho

Voltei a tomar antidepressivo. Estava insuportável a minha falta de concentração no trabalho e a incapacidade de resolver as coisas. Depois de quase vinte dias com um sono incapacitante, ao ponto de ter que ir dormir no banheiro no meio do expediente, tenho me sentido melhor. Minha concentração melhorou, e parei de me cortar.

Queria não precisar de remédios, mas enfim, não posso deixar meu orgulho colocar meu trabalho em risco.

Ainda sinto muita tristeza, muita solidão. Por um lado é bom, não quero ficar chapado e bobo o dia todo. Mas, esses sentimentos diminuíram, e não tenho mais tanto aquela angústia no peito. Mesmo assim, ainda tem sido difícil enfrentar as coisas aqui em casa e na minha vida.

Semana retrasada tive que ir buscar meu irmão na boca de fumo, às seis horas da manhã de domingo. Esse fim de semana provavelmente vai ser a mesma coisa (ele sumiu de casa sexta a noite e ainda não apareceu).

Minha vida pessoal e social, continua ridícula. Continuo eremita, continuo no meu canto - e quando faço qualquer tentativa contrária, ela é tão patética que eu sou rejeitado, e o resultado é que eu me fecho ainda mais.

Bem, ao menos o trabalho está melhor. E tenho meu videogame e meus livros, e agora, meus remédios. Assim vou levando a vida - ainda com gosto de cinzas e lágrimas, mas ao menos, suportável.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ontem ela foi trabalhar

Ontem a moça do escritório foi trabalhar - parece que tinha ficado alguma coisa pra resolver. etc. Eram sete e meia da noite, eu estava na minha sala e alguém bate na porta (meu computador fica de costas para a porta). Virei.

Era ela.

"Vim dizer tchau."

"É, tchau". Eu respondi, secamente - mas meio sem saber o que fazer, na verdade.

"Então, boa sorte e..."

Eu virei para o computador, ficando de costas pra ela, e voltei a digitar. "Boa sorte para você também." e continuei trabalhando.

Não ouvi ela saindo. Nunca mais a vi.

domingo, 19 de setembro de 2010

Terapia: algumas respostas

Bem, já faz dois ou três meses que estou indo na terapia, embora durante um tempo tenha tido que faltar por problemas de grana e trabalho.

Na última sessão, ela me fez ver especialmente a minha necessidade de controle que tenho sobre os relacionamentos - o que provavelmente explica a minha necessidade do jogo. Quando o jogo acaba e o relacionamento passa a ser "sério", eu perco o controle - especialmente porque tenho medo de me sentir rejeitado e não digo não nunca, o que me leva a perder meu espaço pessoal. e quando não tenho meu espaço pessoal, eu fico infeliz. Olhando para minhas relações, faz todo o sentido do mundo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ela foi embora.

Hoje foi o último dia da moça do escritório. Eu não a vi nem mais, nem menos, do que nos últimos meses. Mais ou menos uma hora antes dela sair, ela me manda uma mensagem no skype (do qual normalmente ela não faz parte): "oi, voce deve estar sabendo que hoje é meu último dia. Queria pedir desculpas por qualquer coisa que eu fiz. Desculpe."

Eu não respondi. Mas, preciso dizer que aquilo me balançou, me deixou dolorido por dentro. Pensei em escrever alguma coisa, mas pensei o que realmente eu pensava que teria. No fundo, eu sei que queria escrever algo que a fizesse "voltar", mas percebi que não havia o que "voltar". Melhor deixar ir embora, e seguir a vida.

Sinto falta dela - não desde hoje, porque hoje não há nada. Sinto falta dela desde aquele tempo.

Ao mesmo tempo, esse pedido de desculpas que parecer mais o tipo de coisa que a gente fala quando esbarra com alguém na rua ou quando derruba molho de tomate na toalha de mesa, mostra qual foi a verdadeira importância que eu tive para ela.

Bem, adeus. Até nunca mais.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Justiça?

A moça do escritório pediu demissão - e, se não tivesse pedido, iam demiti-la. Parece que ela pediu um adiantamento de salário com a promessa de devolver depois o dinheiro, coisa que não fez até agora, um mês e pouco depois de ter recebido.

Minha chefe contou, como ela conta as coisas do escritório para mim de modo geral. E depois ela falou que "achava que era uma forma de resolver uma situação", de eu "exergá-la de uma forma um diferente".

Bem, minha reação? Sinceramente, primeiro eu me sinto longe de tudo isso. Acho que o esforço de isolá-la da minha vida foi tanto que agora parece que tudo isso se refere a outra pessoa. E, segundo, na verdade não foi surpresa: que ela era desonesta, eu já tinha aprendido, em primeira mão. Apenas me surpreendo por se venderem por tão pouco...

Claro que eu fui gentil e não falei nada de nada Por outro lado, eu me sinto feliz, porque estou bem com o meu trabalho e nunca roubei um centavo - pelo contrário, às vezes pago literalmente para trabalhar.

Olhando em retrospecto, isso talvez explique a insistência da minha chefe em dizer que a moça estava grávida - provavelmente, ela achou que saber disso talvez me fizesse bem...

domingo, 15 de agosto de 2010

Sexo

Esses dias eu percebi que não faço sexo desde que completei 30 anos, ou seja, há mais de três anos atrás. No final do ano passado, tive alguma coisa com a Jacqueline, mas parei no meio - simplesmente porque perdi a vontade (mesmo estando de p* duro).

De alguma forma, não quero sexo por simples sexo - ao mesmo tempo, tenho milhares de fotos no computador, centenas de filmes e me masturbe como um adolescente. Mas, às vezes, até no meio da masturbação, eu me sinto invadido por uma tristeza imensa e prefiro interromper tudo pra chorar...

Solidão = saudade?

Essa semana foi na formatura de um antigo colega do tempo que eu tinha escritório; ele é irmão da minha ex-sócia. Também estava lá a filha da minha ex-sócia, que foi quem me apresentou a Jacque - que foi a última pessoa com quem tive alguma coisa, há quase um ano atrás.

Há alguns dias tenho sentido saudade da Jacque, mas ainda não consegui separar até que ponto é saudade mesmo e até que ponto é mera solidão. Veja, apesar de tudo, a Jacqueline esteve do meu lado, especialmente quando eu estava doente.


Queria ter menos sentimentos... eles são tão confusos, e doem tanto!

PS - a filha da minha ex-sócia me tratou muito, muito mal. Acho que ela tem razão.

Proust

Por causa do lance da gravidez (ou suposta) da moça do escritório, voltei a ler proust. Ninguém descreve e desvenda o ciúme sexual como ele.

De alguma forma, saber que o que eu sinto foi descrito por alguém em 1.809 faz com que eu me sinta menos sozinho.

Insensível

Essa semana, eu estava falando com a minha chefe e ela estava falando que estava com dificuldades em contratar / mandar gente embora. "Por quê? Já não estava definido?"

"É que a moça do escritório está com 99% de certeza de que está grávida".

Na hora, obviamente, senti o choque. Mas, por mais que minha chefe ache que eu "minta terrivelmente", quando eu realmente quero mentir, eu minto bem - então ela não percebeu. Tanto não percebeu que esse foi o assunto do almoço todo.

Depois, no fim do dia, ela veio me dizer que "parece que não está grávida, mas ainda está esperando o resultado do exame". Eu falei, dando risada, que "não precisava saber do funcionamento das atividades corporais de ninguém do escritório".


Agora, o que eu não entendo é como pode ser tão insensível. Ela sabe do que eu senti, ela viu como eu fiquei. Será que as pessoas não tem sentimentos? Ou será que, como disse minha terapeuta, eu posso "ter tendência para exagerar as coisas"?

...tudo sempre fica tão difícil...

Ontem minha irma do meio falou que ia comprar uma pizza, e avisou minha irma mais nova. Então minha irmã mais nova ligou para minha irmã do meio e perguntou se ela ia comprar.

Minha irmã do meio começou a resmungar que não queria, que não estava com vontade. Então, eu achei legal comer uma pizza, até porque daí minha irmã mais nova podia vir aqui. "Deixa eu compro", eu falei. Daí, aquela coisa: ninguém queria escolher o sabor, nem tamanho, nem nada - então, eu escolhi.

Passou o tempo, fui pedir a chave do carro para minha irmã do meio; ela não deixou eu ir porque minha carteira de motorista tá vencida (a pizzaria fica a 5 quadras daqui).

Minha irmã foi reclamando daqui até lá. Reclamou que o carro está com problema e demorou pra pegar; reclamou que o mercado estava cheio; reclamou que não tinha coca 3 litros, só dois e meio; reclamou do trânsito; reclamou do lugar onde fica a pizzaria, porque ela teve que dar a volta na quadra; reclamou do preço (que eu paguei); reclamou do tamanho da pizza (que eu escolhi).

Perdi totalmente a fome. Não fui comer; cansei de ouvir reclamação sobre tudo o que eu faço. Minha irmã do meio foi para a sala chorar; minha irmã do meio saiu sem comer. Aí minha irmã do meio começou a berrar porque eu não tinha ido comer e por isso ela tinha ido embora; minha irmã mais nova voltou, mas minha irmã do meio continuou chorando - aquilo me embrulhou o estomago e eu me tranquei no meu quarto, porque minha vontade era começar a quebrar as coisas, como quando aconteceu aquilo com o meu irmão. Minha irmã mais nova foi embora; minha irmã do meio se trancou no quarto e ficou chorando.

Hoje de manhã, não a vi e nem falei com ela. Continuo trancado no meu quarto.

Por que não pode ser simples? Até onde isso vai?

domingo, 8 de agosto de 2010

...fui ontem

Afinal de contas, acabei indo com a minha amiga. Fomos num lugar bem legal, tipo um pub que tinha uma banda que só tocava rock. A parte legal é que, pela primeira vez, eu dancei por prazer.

Mas no final, ficou um gosto amargo na boca - estávamos em três, e eu consegui me isolar no meu canto, por mais que tenha tentado me incluir. Acabei me sentindo mais solitário ainda.

sábado, 7 de agosto de 2010

Baladinha ¬¬

Ontem fui almoçar com uma antiga colega do escritório, e foi bem legal. Rimos bastante - mas, como sempre, eu acho que isso só acontece porque fazia muito tempo que eu não a  via, então deu tempo de juntar histórias engraçadas para um almoço; se fossem dois, não seria tão bom.

Então, ela me chamou para ir com ela e o pessoal do trabalho dela numa baladinha qualquer. Eu aceitei, achei que seria bom sair, ver outras pessoas.

Até que hoje, no trabalho, eu me vi no espelho e percebi o quanto eu sou ridículo. Aí, eu desisti.

Concurso

Estou participando de um concurso, coisa que dificilmente faço. É que o prêmio é um kindle, aquele aparelho pra ler e-book, e o concurso é de resenhas literárias. Só topei porque um dos livros que podiam ser resenhados é Cem Anos de Solidão - que eu li oito vezes =]

Claro que é muito difícil de ganhar, até porque o escolhido é por votação - e eu, que tenho um círculo de amigos reduzidíssimo, tenho poucas chances. Mas, de qualquer forma, foi legal participar.

Claro que a cirurgia é só uma idéia distante.

Estou longe de ter grana pra isso... e tem muita coisa mais importante antes. Mas posso fazer de conta que eu podia fazer, e ficar bonito, e gostarem de mim ne?

domingo, 1 de agosto de 2010

Cirurgia?

Será que eu poderia fazer uma lipo? E sim, to falando sério. Não consigo mais me olhar no espelho... nos últimos dias, engordei vários quilos (como se eu já não os tivesse suficiente).

Mementos

Estava ouvindo um cd de trilhas sonoras de filmes, que é uma coisa de que gosto muito. E lá tinha essa música:

  The Entertainer by bandofrogues
Essa música me lembra demais a Sra. D. Primeiro, porque era uma música que era tocada que em todas as apresentações dos alunos de piano da mãe dela - e, todos os anos, eu ajudava a organizar a apresentação. Segundo, porque, obviamente, é no piano - e piano é toda a história que eu tive com ela.

Aliás, semana retrasada ela me ligou - tinha sonhado que eu não estava bem. E foi bem na semana que fiz aquilo com meu irmão. Ainda me impressiono como ela nunca falha. Existem momentos em que sinto falta dela.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sobre o meu futuro no escritório - não, não é especial

Veja, eu quero ficar no lugar onde trabalho. Acho que é um lugar legal para ficar muitos e muitos anos. Um lugar grande, com vários clientes e filiais, e não é raro alguém chegar à posição de sócio, especialmente quado alguma filial cresce bastante. Aqui onde trabalho, só tem uma sócia, e a chence de crescimento é enorme.

Terça-feira eu e a sócia estávamos conversando. E ela me falou que quer muito que eu fique no escritório, falou das estraqtégias que tem para me fazer conhecido (ja que meu perfil é mais de jurista que de consultor, e isso não vinga muito), etc. E entre umas das coisas que ela disse foi das razões pelas quais ela me estimula a fazer mestrado: não é tanto para que eu cresça (embora isso seja um motivo também). O principal motivo é que "assim você pode ir dando aula para te ajudar a ter uma renda legal" - em outras palavras, que é bom eu achar um outro jeito de complementar minha renda, porque senão vou ficar no mesmo lugar. Em outras palavras ainda, sócio, nem pensar.

domingo, 18 de julho de 2010

Medo, ciúme e inveja

Semana que vem vai começar um advogado novo no escritório. Ele vai entrar na mesma função que eu fazia antes, que é de coordenador do cliente X - hoje, quem está lá, é um daqueles que se preocupa mais consigo mesmo do que com o trabalho.
 
Eu participo de todas as contratações de advogados. Eu elaborei as provas que eles fazem, e eu faço as conferências. Passo os resultados para a minha chefe, mas minha opinião é muito importante na decisão.

E  preciso ser sincero:tenho medo de contratar alguém muito bom. Não deixei isso me influenciar; pelo contrário, notei que ele era bom e já sinalizei isso, tanto que ele foi contratado.

Mas não consigo ficar tranquilo. Tá, estou fazendo bem meu trabalho, mas é certo que ele vai fazer o que eu fazia muito melhor; e na parte que eu sou melhor, que é a jurídica, já percebi que ele é muito bom também (pela prova que ele fez). Veja, eu só consigo fazer o que faço com muito esforço - e ainda assim erro demais. E chega alguém que já parece muito melhor do que eu em algumas coisas, e tão bom em outras... tenho medo de boicotá-lo - mas ao mesmo tempo tenho medo de ficar pra trás.

Além disso, sendo a moça do escritório do jeito que é, logo vai dar em cima dele - e, novamente, preciso ser sincero em admitir que tenho ciúmes disso (ciúmes por antecipação por alguém que não é nada meu, e que eu sei que se fizer algo vai ser só por fazer e não por sentimento.... isso não é o cúmulo?!)

Mas é o sinal da minha insegurança, do meu desequilíbrio, da minha incerteza com o futuro. Sou eu, em resumo.

Um Sonho Ligeiro

Hoje sonhei novamente com a moça do escritório. Foi uma coisa rápida dentro de um sonho confuso envolvendo o escritório, House e outras coisas. No sonho, ela me ligava para perguntar algumas coisas que ela não sabia.

Tá, já sei tudo o que isso quer dizer.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Outro pos sobre o meu irmão

Como eu falei, minha irmã veio pegar água. E ela me perguntou se meu irmão tinha voltado, o que me deixou surpreso porque achei que ele tava em casa quando cheguei agora de tarde.

Quem está na sala vendo TV é a namorada dele. Ele, disse minha irmã, saiu do trabalho à uma da tarde "pra ir pro hospital", pelo que disse, e não voltou.

Chegou ontem as cinco da manhã. Hoje, sair pra "ir pro hospital". E a namorada dele na sala, esperando (veio porque ele ligou para ela).

Eu me sinto paralisado, sem saber o que fazer...

"Amigos"

Tenho no meu orkut algumas pessoas mais do trabalho, que são aquelas que trabalham mais próximas de mim - ou ao menos estavam mais próximas até quando fui para outra sala. De qualquer jeito, são as pessoas que trabalham com o mesmo cliente que eu e, portanto, estão no mesmo grupo.

De uns tempos para cá, percebi que virei um pária para eles; sou certamente o "puxa-saco", o "dedo-duro", o babaca. É que a cada dia eu percebo que eles estão mais preocupados em fazer bagunça que em trabalhar. Atualizam com mais afinco o orkut que o sistema do trabalho - um foto do dia do jogo do brasil é colocada no ar em menos de duas horas do fim do jogo, e em 4 horas já foi comentada por todos os qutro integrantes -, e eu não faço parte disso. Ainda mais depois que, de uns tempos pra cá, tenho conseguido crescer no que eu faço, e isso por mim mesmo.

(tive que parar de escrever para ajudar minha irma a pegar água - faz dois meses que ela não consegue pagar a conta e a água dela foi cortada. Mais uma coisa... escrevo sobre isso depois.)

Pois bem. Essas fotos aparecem todas no orkut. E hoje, que eu prestei um pouco mais de atenção, é que eu percebi o quanto eles saem juntos - e o quanto de vezes eu não sou convidado.

Como eu me sinto? a primeira coisa é um pouco de surpresa, porque antes eu era convidado. Depois, não posso negar, alguma inveja - um grupo de amigos que sai para se divertir é algo que realmente não tenho. Mas também há um certo sentimento de arrogância do tipo eu sou melhor que eles. Já tive vontade de excluir todo mundo do orkut, mas acho que isso so vai piorar minha fama.

Eu ia escrever mais, mas fiquei sabendo agora de uma coisa pra outro post...

PS: juro que, se eu vir outra foto de um monte de gente bebada dançando e que receba outro comentário do tipo "aaaammmmmmmooo" ou"gostoso", igual aos 1.235 que já tem, apago todo mundo.

...e ontem ele fezde novo

Ele saiu às sete danoite, sem avisar. Voltou as cinco da manhã. Abri a porta pra ele, ele me chamou 3 ou 4 vezes, eu fingi que ouvi.

Hoje de manhã ele não foi trabalhar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bati no meu irmão. nunca senti tanta vergonha na vida

Ah Lux... ontem (sexta passada) eu explodi. briguei feio com o meu irmão, bati nele, quebrei a porta do quarto dele e do meu a socos. E agora estou me sentindo péssimo, com mais vergonha do que senti em toda a minha vida, nem quando terminei meus casamentos, oou coisa parecida.
E foi por uma coisa besta. Eu vi ele saindo do meu quarto, perguntei o que ele queria, disse que queria um desodorante. Aí peguei minha mala e vi que ela tava aberta e a carteira tambem. Não sei se fui eu quem deixou assim ou não... eu não consegui mais raciocinar. Literalmente pulei no pescoço dele, minhas irmãs e meus sobrinhos tiveram que separar a gente. Quebrei as duas portas de de ódio.

Tive que vir trabalhar hoje, sábado, mas mal consigo ficar em pé.

Quando eu acho que já cheguei no fundo, descubro que posso cair mais, levar mais porrada... até onde vai isso tudo? Olho para o chão na frente do meu quarto, cheio de lascas de madeira, olho pras minhas maos, todas machucadas, penso que vou ter que comprar uma porta nova porque quebrei a minha no soco tentando chegar no meu irmao pra bater nele... eu to repleto de uma tristeza, cansaço, vergonha, vontade de desistir...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Meu irmão sumiu

Meu irmão saiu ontem à noite. Não voltou de manhã, não foi trabalhar. São nove e meia da noite e ele ainda não voltou.

Estou preocupado demais... mal consegui trabalhar...

Não sei mais o que fazer. Não sei mais o quanto aguento.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Remédios, Sentimentos, Livros, Pessoas

Um dos remédios que eu tomava é um antidepressivo; a função dele não era a usual, mas sim diminuir o amortecimento das mãos. Eu estava usando desde novembro. Há um mês reduzi a dose, e desde ontem parei completamente, tudo por recomendação e sob o controle do médico. Mesmo assim, estou sentindo muito os efeitos colaterais: tontura, amortecimento no rosto, cansaço. E também tristeza, que não sei até que ponto é por causa do remédio.

Nos últimos dois meses, tive um crescimento profissional assombroso. Consegui me organizar de um jeito muito bom... estava como era no melhor período no meu escritório anterior. Consigo tratar dos meus e-mails, antecipar meus prazos, limpar minha mesa e não deixar trabalho acumulado, pensar em soluções novas, controlar o trabalho dos outros, mesmo fazer tarefas além do comum. Minha chefe me elogiou várias vezes, e eu sei que era sincero, porque eu sinto que mudei. Mas hoje eu tenho um medo: e se, sem o remédio, eu não conseguir mais? E se fosse só a combinação de melhora pessoal com ajuda química que me deixasse assim?

Nos últimos tempos, trabalhar era a minha única alegria, porque eu conseguia dominar totalmente o que eu fazia, e estava fazendo bem não só a parte jurídica, mas todo o resto. E hoje eu senti medo de perder isso.

Também passei a sentir uma tristeza tremenda, especialmente por me sentir muito só. Como disse, não sei até que ponto isso é por causa da falta do remédio... pode ser só aquela minha velha tristeza mesmo. Some a isso o fato de que tenho percebido o quanto ainda gosto da moça do escritório, e o número de vezes que cruzo com ela todos os dias, e o resultado é particularmente doloroso.

Eu sei que tá tudo misturado nest post. Mas eu tenho a impressão de que todos os fios da minha vida estão interligados...

Nos últimos tempos, tenho lido muita literatura de qualidade. Filosofia. Clássicos. Crítica Literária. E minha cabeça fica girando com tudo o que leio, com o que vejo. Como o personagem de  Fahrenheit 451, eu me sinto totalmente sozinho. Eu sinto como se eu conseguisse enxergar as coisas, enquanto ninguém à minha volta vê um palmo na frente do nariz.... a exceção são uns raríssimos amigos, e a maioria deles é 'virtual'.

Por exemplo: boa parte do escritório vai ver os jogos da copa do mundo em um bar famoso daqui (inclusive a moça do escritório). Três horas depois do fim do jogo, todos já atualizaram o orkut com as fotos da festa; em cinco horas, as fotos já estão cheias de comentários uns dos outros. Quanto mais eu olho, mais feliz eu fico por não ter ido; mais feliz eu fico por ser sozinho, mais feliz eu fico por perceber que sou diferente.

Só queria que ser sozinho não doesse tanto.

De Volta

Finalmente meu computador  voltou a funcionar. E bem na hora, porque eu precisava escrever.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Meu pai

Meu pai passou mal esses dias. O Parkinson está evoluindo e agora ele passou a usar fraldas. Tenho, ao mesmo tempo, pena e medo...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Finalmente de Volta

Fiquei fora esse tempo todo porque meu computador estava quebrado.

Nesse meio tempo, as coisas continuaram meio que como antes. No trabalho as coisas melhoraram um pouco, acho que aos poucos estou me acertando com o que eu faço... depois de dois anos, era mais do que na hora.

domingo, 30 de maio de 2010

Sinto falta de fazer sexo; sinto falta de carinho.
Eu não consigo falar com você. Você mudou o blog, não deixou o e-mail, você sumiu...

Festa

Minha chefe sabe do negócio com a moça do escritório, tanto que a tinha chamado de Medusa. Ontem, ela estava falando que o pessoal do escritório "ia na festa da formatura dela, que não sei quem estava chamando todo mundo para ir", e ficou falando da festa por uns 15 minutos.

Será que as pessoas não percebem que eu não quero saber dela, da vida dela? É diferente de falar numa reunião com todo mundo que ela passou na prova da OAB e elogiá-la; aqui, estavamos so nos dois conversando. Eu não preciso saber destas coisas. Será que eu é que sou sensível demais, ou que as pessoas é que são insensíveis?

Ainda não consegui escrever o que eu queria

Escrevi, escrevi, mas ainda não é o que está aqui dentro. Como disse Nietzche, "aquilo para que conseguimos encontrar palavras já está morto em nosso coração."

Explicações Sobre a Solidão

Terminei de ler um livro sobre crítica literária, "O Cânone Oriental" de Harold Bloom. Ele fala dos principais autores: Shakespeare, Joyce, Kafka, Dante, Walt Whitman, Borges, Cervantes. É um livro ao mesmo técnico, sobre as influências de cada um, e também sobre o amor de ler.

E à medida que eu lia, olhava para os lados para ver se achava alguém com quem conversar sobre isso. E não havia ninguém. A leitura é um prazer solitário, o próprio livro fala: "Não podemos ensinar alguém a amar a grande poesia se nos chega sem esse amor. Como se pode ensinar a solidão? A verdadeira leitura é uma atividade solitária, e não ensina ninguém a se tornar um melhor cidadão."

Também há um trecho de Virginia Wolf:

"Contudo, quem lê para chegar ao fim, por mais desejável que seja isso? Não há certas tarefas que praticamos porque são boas em si, e alguns prazeres que são finais? E não está esta entre elas? Tenho sonhado às vezes, pelo menos, que quando amanhecer o Dia do Julgamento e os grandes conquistadores, advogados e estadistas se apresentrarem para receber suas recompensas - suas coroas, seus lauréis, seus nomes esculpidos em mármore imperecível - o Todo-poderoso se voltará para Pedro e dirá, não sem uma certa inveja, quando nos vir aproximando-nos com nossos livros debaixo do braço: 'Vede, esses não precisam de recompensas. Nada temos aqui para eles. Amaram ler.'"

Mas, mesmo sabendo que é um prazer solitário, eu queria poder conversar com alguém sobre isso. Poder falar que eu mudei minha forma de ler Cervantes, que estou com vontade de reler Hamlet - e que essa pessoa entenda do que eu estou falando. Eu me sinto sozinho, cada vez mais isolado. Ando pensando na minha condição de pessoa, de homem, de mortal, e não tenho com quem falar sobre isso.

Esta semana, eu me fechei em mim mesmo da forma que só eu sei fazer; muito disso foi por causa do negócio do trabalho que falaram ('fica conversando em vez de trabalhar'), mas parte também foi por solidão; aquela sensação, cada vez mqais forte, de que não pertenço a grupo nenhum, a lugar nenhum, de que não tenho par nisso tudo. Se fosse uma conversa sobre Rebolation, ou carros tunados, ou Big Brother Brasil, teria vários companheiros. De vez em quando falo sobre isso quando estou com a minha máscara social, mas ela está cada vez mais pesada, ao ponto de que está quase inuportável.

Então, fiquei na minha sala, no escuro, persianas fechadas, skype ocupado e aquele espírito de ermitão que eu tenho. O resultado é que ninguem se atreve a falar comigo, e eu percebo que mesmo as pessoas que precisam fazê-lo, têm medo de mim. Tudo bem.

Eu só queria conseguir me bastar por mim mesmo.

Algumas coisas que me cansam

Uma das coisas que mais me cansa é ser criticado o tempo todo; outra, é ver a decepção no rosto das pessoas com as coisas que eu faço. Agora mesmo, por exemplo, fui à farmácia comprar remédios para a minha irmã e, quando cheguei, a primeira coisa que ela disse foi "o quê, você pagou doze reais nesse vidrinho de remédio? semana passada comprei um que era o triplo do tamanho e paguei cinco reais! Que absurdo! Devia ter comprado de outra marca!" , enquanto ficava suspirando pelos cantos, pensando no quanto sou burro.

O mesmo aconteceu essa semana no trabalho. Fui até a sala dos correspondentes ver um pedido de cópias que eu tinha feito e aí um estagiário me fez uma pergunta sobre processo em geral. Eu estava explicando, quando minha chefe chegou e disse: "Kai, depois você explica. Fica aí conversando e o que tem que ser feito não está sendo feito!"

Esse tipo de comentário faz eu me sentir tão mal... aí ele se junta com a opinião que eu já tenho sobre mim mesmo, que é péssima, e o resultado é que eu fico me sentindo horrível.

sábado, 29 de maio de 2010

Tenho muito, muito, muito o que escrever aqui. Mas ainda não sei como... o que está acontecendo com a minha cabeça?

domingo, 23 de maio de 2010

Ando me sentindo fatigado e sozinho

Não sei exatamente o motivo, mas estou me sentindo fatigado e sozinho. Talvez porque eu ainda não consiga fazer direito tudo o que devia fazer, lá no trabalho. Talvez porque ainda tenha que conviver com a moça. Talvez porque, a cada dia, eu me canse mais das pessoas à minha volta (embora elas sejam especiais, de verdade). Acho que eu me canso porque não me sinto parte disso tudo, na verdade. Eu me sinto do lado de fora, assistindo a vida passar, como se fosse uma festa que eu só pudesse ver da janela, ou um castelo ao qual sou impedido de entrar. Quem me impede? Eu mesmo, talvez. Sinto no fundo dos meus ossos que o meu lugar não é ali, do mesmo jeito que me senti daquela vez em que fui ao banco e me sentia encolhendo na cadeira.... a impressão que tenho é de que sempre estou me intrometendo, de que não sou desejado ali...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Meu irmão, De Novo.

Hoje de manha (sete horas da manha) meu irmão chega, olho estalado, enrolando a língua. Disse que passou a noite com uma puta, bebendo, que gastou todo o salário, que acha que ela colocou cocaina na bebida dele (ha!). Não tinha nem como ir trabalhar. "eu ligo para o meu chefe e digo que estou doente", ele falou. minha irma disse que ele tinha que ir trabalhar mesmo naquele estado; eu disse que ele era bem grandinho e sabia o que estava fazendo, se ele achava que era melhor não ir e dizer que estava doente, ele que sabia.

Hoje cheguei em casa e ele disse que acreditaram nele e que ele não perdeu o emprego. Mas, não sei até quando isso vai.

domingo, 16 de maio de 2010

Meu irmão...

Esta indo tudo bem como meu irmão. Achávamos que, depois do susto que ele levou ao ser internado, tinha aprendido. Arranjou um emprego e uma namorada, estava fazendo tudo certo.

Mas foi só receber o primeiro salário que brigou com a namorada e saiu ontem à noite e ate agora (domingo à uma e meia da tarde) e não voltou.

Não aguentamos mais isso...

domingo, 2 de maio de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Talvez eu participe de um livro de contos!

Um amigo de um amigo está lançando um livro e está querendo fazer um livro de contos de Fantasia, e talvez eu escreva algo. Nada muito glamuroso, é mais tipo 'pulp fiction' mesmo, e nem vai dar grana. Mas eu ficaria muito feliz em escrever!

Tudo bem, por enquanto

Saúde e trabalho ok, o resto a gente vai levando.

sábado, 24 de abril de 2010

Sonhei com Alguém que Não Sei quem E... mas era Ela...

Esta noite sonhei com vários desastres naturais, que ocorriam em períodos previstos e alternados. Assim, sabíamos que em uma hora haveria um tsunami, em 2hs uma enchente, e assim por diante.

Então, fomos a uma antiga escola, que era bem alta e nos ajudaria a escapar das enchentes e daria alguma proteção. Lá, enquanto eu esperava, ela apareceu. Usava um maiô e estava cheia de areia de praia, e eu não a conhecia. Ela me chamou pelo nome e disse que havíamos nos conhecido no ano anterior, em uma viagem que eu tinha feito à praia, e que eu prometera voltar. Como não havia voltado, ela veio me procurar.

Depois, saímos pela cidade andando de moto e nos divertindo... fizemos várias coisas, andamos por vários lugares, e ela era tudo o que eu esperava...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Fiz minha tatuagem

Hoje tatuei esta figura em meu braço esquerdo. Para quem pergunta o que é, limito-me a responder que é um "tribal".
Mas, claro que é mais do que isso.
É um tribal, sim, mas a origem dele é boba: jogo de RPG, mais precisamente de "Werewolf". Lá existem tribos, e tem uma da qual aprendi a gostar, justamente a que tem este símbolo. Os Silent Striders, ou Peregrinos Silenciosos, são a tribo mais solitária de todas, ao contrário de todos os outros werewolfs. Foram expulsos das terras do Egito e não podem voltar por uma maldição. Do mesmo jeito, são muito conectados com o espiritual e por isso são facilmente assombrados por fantasmas. Assim, andam sozinhos, sem lar e sem destino, nunca parando muito tempo em um lugar só porque logo os fantasmas aparecem.

É como eu me sinto.Um andarilho solitário, procurando algo que sei que não vou achar, assombrado por fantasmas do passado. Por isso, escolhi essa figura.

sábado, 10 de abril de 2010

5 Sinais que você é Bonzinho Demais (e sem respeito Próprio) - Obviamente, eu faço os cinco né!!

 (tirado da internet)
Nós fomos ensinados desde cedo que ser gentil é uma virtude. Quando éramos crianças nossos pais sempre nós dizia: "Seja gentil". Eles nós ensinaram a ser educados, a compartilhar, a ser atencioso e amigável. Para a maioria, é um bom conselho. A sociedade depende de civilidade para prosperar e os relacionamentos precisam de respeito mútuos. Você pode ser muito agradável e quando você é, as pessoas tendem a tirar vantagens de você, inclusive as mulheres.

No relacionamento, como na vida, é possível ser atencioso, utíl e altruísta. Se você está sendo isso em exagero, continue lendo. se você está procurando um relacionamento ou já está em um, ser bonzinho pode impedir que você tenha o relacionamento que sempre desejou. Mulheres gostam de um cavalheiro, mas elas detestam um capacho humano. Então, qual deles você é? Leia e descubra.



 1 - Você é muito Respeitoso

Na maioria das situações sociais, boas maneiras e respeito com outras pessoas sempre é uma boa pedida. A mulher em sua vida, em especial, merece respeito, no entanto, enquanto toda mulher aprecia um cavalheiro, existem certas áreas nas quais você não precisa  ser muito respeitoso. Nós estamos falando especificamente do quarto aqui.

Ser respeitoso demais em baixo do edredom é um sinal que você é muito bonzinho. No quarto, as mulheres apreciam espontaniedade e safadeza. Sua namorada ou esposa não quer que você seja delicado ou convencional no quarto. Ela quer que a paixão. Ela quer prazer. Ela pode até querer falar um "safadês".


 
2 - Você é muito Presente, Interessado
Se você está interessado em cada coisa que sua parceira faz, é outro sinal que você é bonzinho demais. Sim, você quer se interessar pelo trabalho dela, pela família dela, pelos hobbies dela, mas é um mal sinal que você tenha mais interesse na vida dela que em sua própria vida. Não apenas ela irá se cansar de você metendo o nariz onde não é chamado, como ela vai te achar um chato que não deixa ela respirar.




3 - Você a Corteja demais

Quando você começa a corteja, lisonjear excessivamente a mulher, é outro sinal que você é  bonzinho demais. Toda mulher gosta de ser elogiada, isso é um fato, mas elas querem que os elogios sejam verdadeiros. Quando você começa a dizer que ela está linda seis vezes por dia, suas palavras começam a perder a credibilidade.




4 - Você é muito Compreensivo

Está meio fora de moda ser muito crítico, tolerância e aceitação são as novas virtudes do nosso século. Show, mas ser muito compreensivo é outro sinal que você é bonzinho demais. 
Pessoas não prestam, isso é fato da vida, mesmo as pessoas boas fazem coisas más de vez em quando. Tentar ser compreensivo com uma pessoa que só quer tirar vantagem de você não é  ser tolerante, ser idiota. Você tem que defender os seus direitos.


5 - Você é muito Alegre

O último de nossos sinais tem haver com o seu humor. Quando você está alegre e sorridente demais, pode ser um sinal que você é bonzinho. Todo mundo fica puto de vez em quando. As vezes a raiva é resposta completamente justificada. Claro que não estou sugerindo que um "quebra pau" é necessário, mas aceitar tudo, dizer sempre "sim" não faz bem a saúde, de fato, ficar puto ou zangado em certas situações no relacionamento não é sinal de instabilidade, é sinal que você é homem.

Cafajeste ou Cavalheiro?

Este são alguns sinais que você está sendo muito bonzinho. A questão aqui é sobre auto-respeito. se você tem noção de quem você é o o que você quer para sua vida, não irá deixar ninguém passar por cima de você, mas se você não se der respeito, esteja preparado para ser tratado como um capacho.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Words, words

"estava pensando numa série de coisas hoje - certamente se comentasse com alguém, diriam "como você está filosófico hoje", sendo que isso geralmente é dito de forma depreciativa. Mas o termo é justamente esse, filosófico. Estava pensando no que você havia dito de melancolia produtiva, e pensando também na minha própria melancolia, e isso me conduziu a "ser feliz" - e no conceito de "ser feliz" de epicuro.

Não sou feliz hoje, isso é fato. Tenho momentos de felicidade, o que não corresponde a ser feliz, já que a gente pode ser feliz sem estar feliz (quem está sempre feliz não passa de um bobo, no sentído clínico). Felicidade deve ser um estado, não um instante.

Enfrentando a coisa como um simples problema de lógica, pensei então o que falta para ser feliz; o que me faria feliz.

Bens materiais? Tenho uma casa para morar, o dinheiro não me sobra no fim do mês mas ao menos consigo comer, vestir, sair de vez em quando. Mais dinheiro não me faria mais feliz, no máximo me deixaria mais confortável. Não é isso.

Ser mais bonito / achar minha alma gêmea? Os dois têm o mesmo problema, que na verdade é o mesmo que os bens materiais. Não é lógico imaginar que a felicidade, que é direito de todo o ser humano, esteja vinculado ao tanto de gordura que possui em volta da cintura, à harmonia entre os traços físicos ou á presença de outra pessoa. Existem pessoas feias que são felizes e vice-versa. Ter alguém talvez seja um catalisador para encontrar a felicidade, como se vê; só não faz sentido achar que a felicidade dependa disso. Um monge celibatário pode ser feliz, sem sombra de dúvidas. Atrelar a felicidade a algo externo soa incorreto.

A única resposta coerente parece ser que "a felicidade está dentro de você". Soa auto-ajuda, ou frase de guerra nas estrelas (se fosse "a felicidade dentro de você está", como diria o Mestre Yoda), mas não consigo ver outra alternativa.

Então por que não somos felizes? Por que eu não sou feliz? Não pode ser complicado e, ao mesmo tempo, não parece simples. Tenho o que preciso (o suficiente para sobreviver) e o que não tenho não é indispensável. Por que sinto esse aperto aqui dentro? Por que sinto que falta algo, quando algo não poderia faltar - se a felicidade não depende de nada?

A arte ajuda a aplacar isso um pouco. Não sei desenhar, pintar ou projetar, embora saiba reconhecer algo assim. Acho que meu sentido artístico é mais visual, de saber apreciar uma fotografia, um filme ou um ambiente harmônico, e textual. O que você tem com a sua loja eu tenho com cada processo que faço ou, melhor ainda, com cada texto que escrevo / leio, onde saboreio as palavras, o som, o conteúdo, a construção de uma frase onde uma palavra pode ter mais de um sentido, o equilíbrio entre cada uma delas. Como eu já disse uma vez, como Sherazade, contar histórias me faz manter a morte longe; traz um brilho, mesmo que fugaz, a isso tudo. Mas ainda são instantes, não estados. Será que a arte de ser feliz é simplesmente "carpe diem"?

Você parece feliz dentro da sua melancolia, e acho que é por isso que estou mandando este e-mail, mesmo que no fundo não me pareça ser nada que possa ser ensinado ou aprendido.

"Palavras, palavras." Quanto mais eu penso que sei, menos eu sei."

domingo, 4 de abril de 2010

Para não esquecer do meu último sonho:

Sonhei que participava de uma equipe que tentava recolocar o Monstro do Lago Ness no seu habitat natural.

Eu sou doente, definitivamente.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Hoje, quase peguei uma mulher de rua

Estava na minha hora de almoço e passei por uma praça onde tinha uma prostituta que tinha o mesmo cabelo que a moça do escritório, preto, cacheado e muito comprido. Foi por muito, muito pouco que não saí com ela.

Mal posso esperar para ir para o outro andar....

terça-feira, 30 de março de 2010

Ontem Tive Certeza de Que Ia Morrer Logo

Ontem estava deitado na minha cama e lembrei que minha irmã havia dito que era dia das almas, dia de rezar pelos que se foram. Comecei a lembrar o monte de pessoas que conheci e que já não está mais aqui... a lista é quase maior que a lista de pessoas que conheço.

Repentinamente, senti que ia morrer logo - como se não fosse acordar hoje. Como se a morte tivesse mais urgência que a vida, como se  morrer fosse o normal e a gente morresse o tempo todo e só vivesse uma vez. Um sentimento muito próximo ao que tive nas vezes em que pressenti os acidentes de carro e as notícias que depois se provaram verdadeiras.

Tive medo. Um medo que veio daqui de dentro, irracional., que beirou o desespero. Depois, racionalmente, percebi que levei uma vida boa - não completa como eu gostaria, mas boa, no geral. O medo passou.

Ainda estou aqui. Não queria ir embora agora - existem histórias das quais ainda quero saber o final, embora elas não sejam  muitas.

Vou ficar mais isolado ainda. E isso é ótimo!

A sala onde trabalho atualmente vai ser ocupada por outro setor; com isso, vou para outro andar, ficar sozinho junto com o arquivo morto. Meu trabalho não mudará praticamente nada, e não tenho problemas em ficar sozinho.

Na verdade, mal posso esperar a hora! Assim não vou mais que encontrar a menina no corredor o tempo todo... e é interessante notar que vê-la me desmonta, como se não tivesse passado nem um dia desde que aconteceu tudo, ou como se eu não tivesse percebido que tudo não passou de uma brincadeira para ela.

Queria conseguir mandar no meu coração. Mas pelo menos consigo ignorá-la a maior parte do tempo, e também não tenho mais me cortado. Espero que melhore ficando mais longe.

terça-feira, 23 de março de 2010

Hoje foi Difícil

Hoje ela estava insuportavelmente linda. Normalmente eu nem a vejo, ou tento não a ver. Mas hoje não teve como, porque ela saiu do elevador exatamente quando eu estava no saguão esperando.

Eu sei que ela não vale o sal que come, e que certamente nem se importa mais comigo. Mesmo assim, é difícil esquecê-la.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Proust

Ainda preciso escrever aqui sobre como Marcel Proust salvou minha sanidade. Estou lendo "Em Busca do Tempo Perdido", que é um livro clássico, que tem mais de três mil páginas; ainda estou no começo (250 pg.), mas o grande trunfo de Proust é escrever de um jeito que você lê e percebe que aquela história poderia ser a sua. E ele escreve sobre coisas que eu estou sentindo... é como perceber que não estou sozinho e que não estou louco; que isso tudo já acontecia no século XIX. Não sei explicar muito bem, mas aquilo tocou o meu racional e me acalmou muito...

Eu estou melhor

Não bem, mas melhor. Aos poucos vou percebendo o que todo mundo já sabe, que eu era só uma brincadeira. Como escrevi ali embaixo, eu ainda gosto dela, mas estou juntando coisas suficientes para o cérebro tomar o controle da bodega de novo - definitivamente, espero.

Nêmesis, Medusa e Odette de Crécy

Lembra que a minha chefe me chamou para conversar, porque eu estava muito triste? Semana passada ela me falou que sabia quem era, e eu sabia que eu sabia.

"Mas a dra descobriu porque é boa em descobrir essas coisas ou eu que menti mal?"
"As duas coisas"
"Eu menti tão mal assim?"
"Pessimamente", ela disse. Bem, ficou por isso mesmo - ela só me recomendou mudar minhas frases de skype, mesmo que a menina não estivesse nele, porque "senão ela fica se achando importante" (coisa que a lux ja tinha dito).

 Bem, ontem minha chefe foi fazer entrevista para ser aceita na MBA. Como era em um bairro meio barra pesada e ela não sabia bem onde era, eu fui com ela. Depois da entrevista, fomos comer uma pizza e tomar um chopp, como às vezes acontece. E o tema acabou vindo. Ela falou:

"Eu acho a moça uma pessoa muito madura para a idade dela, e tem uma série de qualidades. Mas tem um defeito muito sério: a necessidade de seduzir todo homem que aparece. Já aconteceu com o x, o y e o z (que eu já sabia), e isso vai acabar trazendo problemas sérios para ela.


Sabe como eu a vejo? Exatamente como a Medusa, é a imagem que eu tenho dela."

Tudo isso é exatamente igual o que a lux já tinha dito - uma maria-gasolina. Mas foi outra coisa que ela falou que me deu um estalo:

"depois que ela percebeu que eu sabia, foi falar com a coordenadora do setor, pra conversar sobre a repercussão do que aconteceu."

Falar da repercussão do que nunca aconteceu, devia ter dito. Eu me consumindo, me cortando pra suportar, e ela só pensando em tirar o dela da reta! Eu já tinha percebido uma coisa parecida, quando ela ficou preocupada se tinha como recuperar as conversas no skype, mas não achei que fosse a esse nível. E ainda conversaram na sala de reuniões que fica na frente da minha, separada só por um vidro! no dia eu lembro que fiquei preocupado, achando que ela estava levando uma mijada por causa de algum problema, e a vadia só queria livrar o rabo!

Tá, o sentimento não morre assim de uma hora pra outra - ainda estremeço quando ouço sua voz. Mas, fica cada vez mais claro que não tinha nada que eu pudesse fazer pra dar certo, porque ela me enganou o tempo todo. Como fui tolo! Era por isso que ela não conseguia olhar nos meus olhos: não porque meu olhar fosse forte como eu imaginava, mas porque se eu olhasse pelas janelas da sua alma eu descobriria tudo.

Maria-gasolina não é o termo. O termo é uma palavra menor, de apenas quatro letras. Ela não vale o sal das minhas lágrimas.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Do Twitter:

" Você precisa de um estabilizador de humor. – É o nome que você dá àquela parte do corpo?"

Ontem foi prova da ordem dos advogados

E a moça do escritório fez. Deve ter passado, ela é muito boa no que faz, e essa parte é mais prática.

Mandei na 6a uma mensagem de boa sorte no celular dela. Claro que ela nem agradeceu. Mas achei que devia desejar boa sorte...

Eu não tenho jeito mesmo, sou um burro. Claro que não vai ser comigo que ela vai conferir o resultado, nem com quem ela vai comemorar. Mas eu só queria dar uma força.

Sonhei com o Paraíso

Quinta-feira passada sonhei com o paraíso. Eu estava andando por uma ruazinha, dessas de bairro, e quando olhei para o céu eu o vi. Era uma cidade enorme, linda, que parecia feita do mesmo material do céu. O que me chamou a atenção foram as imensas mesquitas. As pessoas que estavam na rua também viam, e todos ficamos maravilhados...

Essa é a visão que têm sido minha força esses dias. Eu fecho os olhos e ainda vejo a cidade...


A visão apareceu no meu sonho depois que eu, minha chefe, a garota do escritório (de quem eu não podia ver o rosto, mas reconheci pelos cabelos) e mais alguém tínhamos arrumado meus armários e jogado as coisas velhas e antigas fora. Mas quem estava comigo na rua vendo o paraíso eram outras pessoas, que não conheço.

No mundo 'de verdade', a coisa mais próxima que já senti do paraíso foi quando estava viajando pelos Campos Gerais aqui do Paraná. Esta é uma região bastante plana, onde são comuns as culturas como trigo. Mas, embora eu ache os trigais lindos, o toque do paraíso veio quando, numa viagem a trabalho. O campo estava arado, esperando as sementes para ser plantado. No meio daquele campo todo, de terra vermelha, uma árvore enorme e verde. Uma nuvem de pássaros voava fazendo movimentos sincronizados e belos... eu tive a impressão de que, por um segundo, o véu que separa o nosso mundo do que existe atrás estava quase transparente, de que eu quase conseguia ver o que tinha do outro lado...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Onde está você?
Seu blog sumiu...

Meus relacionamentos antigos

"Oi lux, como ce tá?

Espero que esteja tudo bem. Aqui teve carnaval, e estamos voltando agora... mas eu sei que você nem tem esse tipo de folga aí. É estranho pensar nisso.

Eu tinha escrito este e-mail hoje de manhã e só agora vi o mail que você mandou. Mas aqui tem muito do que talvez você fosse me dizer...

Mais uma vez, eu tô escrevendo porque preciso escrever - acho que estou precisando voltar pra terapia, mas não tenho grana pra isso por enquanto. Então, vou entupindo tua caixa nesse meio tempo (nem se incomode em responder... só o fato de saber que tenho alguém pra mandar minhas coisas é toda a ajuda de que eu preciso).

Tenho conseguido ficar sem me cortar esse tempo todo, embora esteja sendo muito, muito, muito difícil. Às vezes eu tenho vontade de cortar meus braços fundo, pra ver o sangue escorrer e conseguir saber que é dali que tá vindo a dor, não de algum lugar que não sei dizer onde é...

Tentei fazer as coisas diferentes nesse carnaval (sabe, notei que SEMPRE passo os carnavais sozinho, pelo menos nos ultimos cinco anos ou mais. Interessante...) Saí com aquela psico da internet, fomos ao cinema. E, bem, foi horrível.

Sabe lux, eu não sei o que acontece. Caramba, eu penso no que pode ter acontecido de errado e não entendo... primeiro, a escolha da pessoa. Era alguém com quem a conversa ia bem, conversávamos bastante e os assuntos se encaixavam; eu e ela já tínhamos nos visto na cam, esse tipo de coisa. Depois, eu me comportei superlegal... me arrumei, fui gentil, atencioso, deixei-a na porta de casa, tudo isso.

Fico tentando entender onde eu erro. E não consigo... é por isso que eu acredito no que os outros falam, que eu sou esquisito e um cavalo, porque eu nunca percebo onde estou errando e mesmo assim os resultados são os mesmos.

A verdade é que, nesse exato momento, eu to com medo de ficar sozinho. Estou evitando a menina do escritório a muito custo (mas evita-la é a melhor coisa que posso fazer... estou tentando não pensar nela. Mas é foda.) e é claro que a perspectiva de ter outra pessoa me ajudava a superar.

Escrevendo isso eu começo a pensar no quanto eu sou confuso, porque eu tinha outra pessoa, que era a jacqueline, e isso não me ajudava. Ela estava do meu lado, inclusive quando eu fui internado, e eu sempre reclamei; aliás, nos tempos da Dóris foi assim também. Afinal, o que eu quero da vida? Será que eu quero demais ao procurar alguém que seja companheira e ao mesmo tempo seja alguem com quem eu possa conversar sobre tudo? Bem, o que tenho de certo é o seguinte: de todas as pessoas que estiveram na minha vida, as duas únicas que foram realmente minhas companheiras foram só a Doris, a Tina e a Jacqueline; mas, ao mesmo tempo, com nenhuma das duas eu me sentia completo, porque não conseguia conversar com elas. Ao mesmo tempo, chegava um momento em que eu me sentia sufocado com essa companhia, porque era excessiva - até hoje lembro que a Doris nao me deixava tomar banho sozinho porque queria 'ficar conversando', ou a Jacqueline me cobrando que eu não tinha mandado mensagem para ela e ja eram dez horas da manha.

Por outro lado, as únicas com quem consegui conversar foram a Viviane, a Carol e a moça do escritório; a moça do escritório ainda conseguiu parecer ser minha companheira, enquanto interessou a ela. E essas sempre se mostraram meio avessas quando precisei de algum tipo de companhia, quando precisei delas - e não o contrário. Interessante que essas perdas foram mais doídas que as outras, foram mais agudas e incisivas. Tenho a impressão de que eu considerava essas mulheres 'superiores'; eu sempre me esforcei mais pra impressioná-las, quase como se as mulheres 'companheiras' tivessem 'obrigação' de gostar de mim, enquanto essas outras 'inteligentes' eu devesse 'provar que sou digno delas'.

Acho que nunca tinha parado pra pensar nas coisas sob essa ótica, detalhando e analisando cada coisa de um ponto de vista racional.

Tá, e todo o resto? Todas as outras que passaram por minha vida? Nessas, eu não tinha nem uma coisa, nem outra. Uma parte era essa coisa de "tenho que estar com alguém", era só puro e simples medo da solidão. Outras, foi porque "era possível" - ela estava me dando bola e era uma chance de estar com alguém e fazer sexo. Caramba, como eu me vendi barato! Mas percebo que, se alguém pode me rejeitar, eu sou incapaz de fazer o mesmo: não posso 'perder a chance'. Por que será, Lux? Eu nem participo de um grupo de amigos para quem contar minhas proezas e praticamente ninguém sabe o que acontece. Acho que tenho que provar algo pra mim mesmo... talvez provar que ainda posso servir pra alguém, por mais que eu não goste realmente dessa pessoa.

As exceções são raras demais para serem contadas. Ou é alguém que acho que tem 'obrigação' de gostar de mim e eu desprezo, especialmente porque não considero inteligente o suficiente; ou é alguém que eu acho inteligente, do meu nível, mas mesmo assim eu acho que eu tenho 'obrigação' de provar o tempo todo que consigo acompanhar sempre; ou é alguém que me deu bola e eu 'tenho' que aproveitar, mesmo não gostando.

Por que eu fico nestes ciclos? Por que eu repito meus erros o tempo todo? O pior é que, nas mais das vezes, já sei como vai terminar. No primeiro encontro já sei se a garota é do tipo 1, 2 ou 3; já sei como vai ser: com o tipo 1, vamos ficar junto, com algo relativamente sério - enquanto eu reclamo que ela não me dá espaço e eu não gosto dela de verdade, que ela não me completa e eu saio procurando alguém do tipo 2, normalmente enquanto ainda mantenho meu relacionamento, até que dou um jeito de desprezar tanto a pessoa que ela não aguenta.

Se é com alguém do tipo 2, eu mudo meu jeito de ser pra virar um cachorrinho e me submneter, até que a pessoa se desinteressa e termina comigo, e eu fico me martirizando. Aqui eu não procuro outra pessoa.

E se é alguém do tipo 3, eu fico levando a coisa enquanto dá, ao mesmo tempo em que procuro outra pessoa e também fico reclamando.

Será que a felicidade é diminuirmos nossas expectativas para que elas se encaixem na realidade? Às vezes eu acho que procuro uma mulher que não existe, alguém perfeito demais - ou, se existe, alguém que não tem o menor motivo pelo qual se apaixonar por mim, porque eu procuro alguém que seja quase uma semideusa enquanto eu sou só uma pessoa normal, nem melhor nem pior do que ninguém.

Será que existe alguém que não se encaixe nestas três categorias de mulheres com quem me relaciono?

Será que sou capaz de me relacionar com alguém que seja desse mesmo jeito, mas dar um final diferente?

O que será que acontece, será que o problema é com as minhas expectativas que são altas ou são incertas? Ou o problema é a forma com que eu vejo o outro, que vejo sempre como alguém incompleto ou não como uma pessoa com sentimentos?

Óbvio que você nem tem como responder isso tudo né, se nem eu ainda sei responder... Mas parar pra pensar nisso é, no mínimo, interessante. Ainda não sei como sair desse círculo, ainda não sei o que posso fazer de diferente, mas ao menos estou pensando.

Ontem eu fui no mercado e a moça que trabalhava no caixa era bastante bonita e falou comigo (eu estava de fone de ouvido e ela comentou algo do tipo 'hm, só ouvindo música' ou algo do tipo). Eu quis dizer que para ela devia ser ruim não poder ouvir música enquanto ela não saísse e que isso ainda ia levar mais uma hora; mas não consegui me fazer entender. Reformulei a coisa três vezes, e a cada vez ela entendia alguma coisa... tomei isso como um sinal claro do quanto eu sou confuso quando me comunico com alguém de uma forma que não seja escrita.

Talvez isso explique o porquê de ter sido tão ruim com a psicóloga. As conversas no msn foram boas, mas estou perdendo meu sentido social. A mesma coisa aqui no escritório, onde escrevo bem mas me isolam numa sala; a mesma coisa no mundo, onde minha maior amiga é você, com quem só 'falo' por escrito.

Ou seja, não sei o que quero; ao mesmo tempo, não consigo me fazer entender. Parece meio difícil conseguir alguma coisa desse jeito, hein? :P

E mesmo sabendo disso tudo, ainda me sinto sozinho, e a falta da moça do escritório ainda é muito dolorida, quase insuportável. Mas preciso sobreviver, não tenho outra escolha.

Enfim, esse e-mail começou de um jeito e depois saiu totalmente diferente...

Só o que eu sei é que me sinto dolorido, assustado e sozinho."

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dias Ruins

Ontem e hoje a encontrei sem querer na cozinha. Virei as costas de imediato e saí.

Mesmo assim, é suficiente pra doer, e doer muito - porque é um jeito de furar meu isolamento. Cacete, até onde isso tudo vai?

Garotas - um diagrama

Comço a achar que é verdade ;)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Foi tão ruim o encontro, que a psicóloga parou de falar comigo.

Foi tão ruim o encontro, que a psicóloga parou de falar comigo. Cara, esse tipo de coisa magoa...

Pouco importa

Pouco importa se ela é ou não o que eu imaginava que fosse. O que importa sou eu, que nunca sou o que eu imagino.

Dois sonhos ruins

Sonhei com a moça do escritório, que ela ficava me dando bola e daí saía com o namorado.

Depois, sonhei que tinha passado a usar cadeira de rodas.

Minha noite não foi nem um pouco boa.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Saí com a psico e foi bem ruim

Saí com a garota, e foi bem ruim. Acho que é só na minha cabeça que é possível alguma coisa boa.

Esse tipo de coisa é para o pessoal tipo o julio, ou o carlos alberto, ou o ricardo, não pra mim.

Sabe, eu cheguei à conclusão de que as pessoas têm razão; que eu sou estranho, esquisito, um cavalo vestido, um 'tio velho'... porque não tem outra explicação eu sempre tentar e tentar e tentar e ter esses resultados. Queria poder dizer que eles estão errados, que eu posso ser gentil, romântico, inteligente, engraçado. Mas a resposta que eu tenho é sempre a mesma, em todos os lugares e com todas as pessoas! Não posso imaginar que o mundo está errado e eu estou certo; portanto, eles estão certos e eu, errado.

Não nasci pra isso. Só queria não achar que nasci pra essas coisas.

Hoje vou sair com a psicóloga

Hoje vou sair com a patrícia, a psicóloga que conheci pela internet.

Vamos ver o que acontece... mas acho que vai ser bem legal.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma semana sem me cortar

Ah sim, já faz uma semana que eu não me corto. O fato da lux ter me apontado que a menina do escritório é uma vaca (por mais que eu ainda ame aquela desgraçada e cuide o tempo todo para não vê-la) ajudou muito, porque falou com a minha parte racional.

Ainda, perceber que pode ter alguem que gosta de mim, como essa psicologa da internet, tambem ajudou.

Alguns dos cortes vão deixar cicatrizes; a maioria agora são só riscos vermelhos, que logo devem sumir.

Saúde

Mais ou menos a cada dois dias, tenho crises rápidas no trabalho. Repentinamente, o amortecimento que tenho o tempo todo nas mãos se espalha pelo braço e sobe pelo pescoço; a impressão que tenho é de que toda a pele se repuxa, e sinto uma sensação desagradável, quase uma dor, de tão forte que é o formigamento. Perco a força do braço e um pouco do controle, e tenho uma fraqueza muito grande. Normalmente, corro para o banheiro e deito no chão, de olhos fechados, pra diminuir um pouco. Ingiro um monte de sal e água, e tento me distrair.

Às vezes isso envolve os dois braços, e é por pouco que consigo segurar os gemidos de dor.

Normalmente leva uma meia hora para passar, e aí fica tudo bem. Já falei com o médico e ele disse que ainda é efeito do que eu tive no ano passado, e que eu só devo me preocupar se não passar até o fim do dia. Mesmo assim, dói e eu fico assustado toda vez que acontece. Na hora fico testando o corpo todo, pra ver o que ainda está funcionando...

Tenho tomado os remédios certinho, e agora no começo de março volto ao médico para ver se mantenho ou se altero a medicação. A verdade é que eu ainda tenho medo.

Tenho conversado com a psicologa que conheci na internet

Tenho conversado com a psicologa que conheci na internet, e tem sido bem legal. Temos trocado mensagens durante o dia, e pensar nela me faz bem. Gosto de ouvi-la e de contar as coisas para ela, e ontem ganhei um processo legal no escritório e tive vontade de contar para ela, o que é um bom sinal.

Ela vai estar viajando no fds, mas segunda vamos nos ver. Provavelmente aconteça alguma coisa.

6a fui no cinema

6a fui no cinema com um casinho das antigas, a leidi. É bom porque os dois sabem que nunca vai ter nada além de uns amassos, então a gente passa um tempo juntos, depois vai cada um para o seu canto e nos falamos de vez em quando.

E foi bem o que aconteceu. Assistimos um desenho bobo, demos risada, nos beijamos e só. Foi bom, sem cobrança nem nada.

E lá se vai a Jacke...

5a recebo uma mensagem no celular:

"Kai, quando nos conhecemos combinamos de sempre falar as coisas. E eu nao estou me sentindo bem para um relacionamento. Estou com muitos problemas e cobranças, então acho melhor a gente terminar. Não quero perder sua amizade, você é uma pessoa muito especial. Bj"

Respondi dizendo que preferia mesmo que ela fosse sincera, que não queria perder a amizade dela e que se eu pudesse ajudar estaria sempre aqui.

Ela não respondeu mais.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Domingo

Entrei numa página de bate-papo porque... nao faço idéia do motivo.

Aí encontrei uma psicóloga de 27 anos com quem estou conversando. Ao menos me ajudou a passar o tempo... e a conversa com ela tem sido bem agradável.

Sonho

Todoso pos dias, antes de dormir, peço ao Senhor dos Sonhos que me conceda a dádiva de não sonhar com ela. Ainda, peço ao Varredor de Sonhos que, caso eu son he com ela, varra todos os meus sonhos antes de eu acordar, para que eu nçao possa me lembrar.

Mas dessa vez não deu. E eu preciso escrever, pra tentar tirar este sonho da minha cabeça.

Estávamos em um teatro cheio, eu sentado ao lado dela na platéia, assintindo a várias comédias. Conversávamos bastante sobre o que víamos, e mesmo ela apresentou uma peça (e eu dei a maior força).

Depois, saímos e ficamos na frente da minha casa, estudando juntos para a prova de advogados que ela vai ter. E mais uma vez, mesmo só estudar com ela me dá mais prazer que qualquer outra coisa com as outras mulheres.

Ai eu acordei. P*rra de sonho que não consigo tirar da cabeça.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Fim de semana

Está difícil passar o tempo; o rosto dela aparece sem qualquer motivo, invadindo meus dias...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Este ano faço 10 anos de formado

Estava pensando nisso semana passada: há dez anos me formei. E no começo desta semana encontro um antigo colega de faculdade na rua, e ele diz:

"Kai, vou te capar!"
"Por quê?" (no fundo, eu pensei: 'tudo bem, nao vai fazer a menor diferença.' Mas só pensei.)
"Você sumiu, homem de deus! Fizemos um jantar comemorativo de 10 anos de formatura e ninguém consegue te achar! Você não tem endereço nem telefone na lista dos advogados! (Claro que ninguém me achou; essa é a idéia!) "Mas pega o meu cartão e me manda um mail, porque no fim do ano vamos fazer mais um!"
"Clarto, certeza! Pódexá!"

Aham. Vou num jantar de dez anos de formatura.
"Oi, sou o marco, sou juiz do trabalho, estes são meus dois filhos e essa é a minha esposa."
"Olá, sou a karina, este é o meu marido gostoso, fiz implante de silicone nos seios e essa é a foto da nossa casa no guarujá."
"Oi, sou o pedro. Abri meu próprio escritório e agora como todas as minhas estagiárias."
"Olá, sou a maria. Ganhei uma bolsa de estudos para fazer meu mestrado na Lapônia."
"Dae pessoalzinho, sou o antonio. Agora sou advogado do conselho intergalático de xenobiologia."
"Oi pessoal, a gente era aquela turminha divertida da faculdade. Não trabalhamos com direito; abrimos um barzinho onde ganhamos muito mais dinheiro que vocês e onde pegamos muito mais mulheres."
"Oi, eu sou o Kai. Ganhei vinte quilos e tenho dois casamentos desfeitos. Conquistei uma esclerose múltipla; esta é a foto do meu quarto de hospital. Também me apaixonei perdidamente duas vezes e duas vezes fui machucado; abri meu escritório mas literalmente passei fome com ele. Agora trabalho num escritório ganhando metade do que ganhava no meu primeiro emprego há dez anos atrás."

Alguma coisa me diz que não vou ser a alma da festa. Mas, o pior, é que vou sair de lá me sentndo o último dos homens (o que já não tá difícil de acontecer).

Melhor deixar passar essa década.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma Estranha Urdidura

Os cortes já se sobrepõem. Consigo enxergar três camadas de cicatrizes, em estágios diferentes. Em vários pontos eles se encontram e ali se forma uma gota de sangue, como um rubi engastado na urdidura. Se alguém quiser ler meu futuro, não é nas mãos que deve procurar linhas; é nos braços que a trama da minha vida se revela. Porque cada fio daqueles tem uma história própria, que é a história dos meus dias. Aos poucos consigo vislumbrar a silhueta da minha alma naquelas linhas; elas traçam os paralelos e meridianos do mapa da minha dor, das minhas esperanças e das minhas frustações.

De um trecho de uma carta para a lux

"Está difícil de trabalhar. Ela percebeu que eu a estou evitando, e ao menos têm colaborado com isso (acabei de lembrar que o último bilhete que eu mandei tinha um pedido: 'me ajude a te tirar da minha vida'). Raramente nos encontramos no corredor, ou na cozinha; ela não vem mais imprimir coisas perto da minha sala. Mas eu percebi que isso é uma coisa estranha: para evitá-la, tenho que pensar nela o tempo todo. Se eu quero ir na cozinha, preciso ver antes se ela não está lá; se vou descer, preciso ver se ela não acabou de sair. Evitá-la me faz pensar nela mais ainda. "Nada mais existe, exceto o que não existe", disse Macbeth. E comigo está sendo assim: o que não existe toma a minha vida toda.

Além disso, você me conhece o suficiente pra saber que qualquer coisa me faz lembrar dela. Se eu ouço uma música sobre marmotas espaciais minha cabeça torta vai dar um jeito de criar uma associação até ela. Sinto falta de falar com ela... não sei até que ponto deixar de falar com ela vai ser melhor, ou pior. Não sei se tento ser só um amigo dela; ao menos seria alguma coisa (embora essa amizade nunca vá ser verdadeira, porque sempre, sempre vai ter uma segunda intenção).

Tenho me cortado todos os dias; nas últimas vezes, os cortes têm sido fundos o suficiente para tirar sangue e manchar a camisa. Depois, eu jogo sal em cima. Dói, dói, dói. Mas é uma dor que eu tô conseguindo controlar; é melhor que o aperto que eu sinto aqui no peito.

Eu tentei parecer que não tô nem aí, que a carol estava vindo, esse tipo de coisa. Só que não consegui; gosto demais dela. Não consigo mais esconder.

Até minha chefe veio perguntar porque eu estava tão triste, e eu contei a história. Claro que não falei que era alguém do escritório (e neguei quando ela perguntou); mas está muito na cara a minha tristeza.

Ela, por outro lado, tá bem. Tem a advogada que trabalha com ela, que sabe mais ou menos do que tá acontecendo, e eu pedi que ela me avisasse se ela precisasse de alguma coisa, qualquer coisa. "Não, ela tá bem", foi o que ela disse. E eu acredito. Isso tudo foi um passatempo para ela. Pelo que entendi da sua história, é comum ela ter homens apaixoados ao seu redor, então eu sou só mais um e isso não a abala.

Tenho me sentido muito sozinho, Lux. A minha 'namorada' voltou ontem de viagem; ela está de férias e foi passar uns dias com a irmã em sao paulo. Depois da briga que tivemos no meu aniversário, praticamente não temos nos falado. Eu mando mensagens para ela todos os dias, mas ela não me responde. Quando eu ligo, a nossa conversa é assim: 'como foi seu dia?' 'tranquilo, e o seu?' 'o meu tambem.' 'então tá bom.' 'então tá, se cuida. beijo.' 'beijo.'

Claro, não vou falar pra ela que estou sofrendo por outra mulher pela qual estou apaixonado; aliás, não sei direito qual minha relação com essa 'namorada'. De qualquer forma, queria que fosse diferente. Queria ser apaixonado por ela, e não pela moça do escritório... mas esse tipo de conversa é a ultima coisa que vai fazer algo assim acontecer né?

Acabei de fazer um teste agora. Ela estava na cozinha, com outras pessoas. Fui até lá conversar com todas elas, normalmente. Tentei ser engraçado e divertido; estava falando do horror que tenho em tirar brincos para minhas irmas. 'já atendi uma pessoa com uma fratura exposta e não tive problemas; mas não me peça pra tirar um brinco.'

'é, meu namorado tem a mesma coisa.' ela disse. Em cheio. Na lata.

Pronto. Taí porque não tem como ficar perto, nem como amigo. Lembrei de uma música que fala assim 'I'd never want to see you unhappy / I thought you'd want the same for me...' Eu teria muito cuidado com o que fosse falar. Mas não é comigo; elas nunca têm cuidado.

Essa mesma música diz assim: 'so you're gone and I'm haunted / I'll bet you are just fine / did I make it that easy to walk / right in and out of my life?' É assim. Eu aqui, me cortando, assombrado, e ela simplesmente ok. Não fui nada.

Fiquei me perguntando como seria se tivesse dado certo. Se ela tivesse aceito... e cheguei à conclusão de que seria bem ruim. Não para mim, mas para ela. O que eu tenho para dar? Umas poucas histórias, carinho, atenção, meu jeito esquisito, minhas idas ao hispital, minhas crises de mau humor, minha insanidade. Meu quarto minúsculo; minha casa cheia de goteiras, meu irmão problemático, meu pai doente para quem sempre falta dinheiro.

O namorado dela a leva pra jogar tênis. Pagou o cursinho dela pra ela passar na prova de advogado. Leva para passar o fim de ano na praia.

Claro que a questão não é só dinheiro - mas também é dinheiro. Além disso, o que eu posso oferecer de mim? Os choques que eu levo cada vez que abaixo a cabeça? As mãos amortecidas, que parecem ter areia embaixo da pele? Os cortes que eu tenho nos braços?

Minha chefe disse 'voce tem tanto a oferecer... é um cara culto, honesto, trabalhador...'

Culto. Honesto. Trabalhador. Nossa, vou ser o rei da mulherada com isso :P

Sempre que alguém quer me animar fala essas coisas. E param por aí - porque é só o que tem. E esse tipo de coisa não importa. Pelo contrário, o que mais escuto é que sou 'esquisito', 'grosseiro', 'fechado', 'mal-educado'. É só isso que eu tenho a oferecer, e daí eu fico até feliz por não ter dado certo.

Na verdade, eu não quero achar ninguém. SÓ QUERIA NÃO SENTIR FALTA. Não queria me apaixonar. Não queria esperar. Não queria ficar triste quando quero dividir alguma coisa legal com alguém e não ter ninguém. Queria aprender, de uma vez por todas, a me servir só, sozinho.

Minha chefe disse que o que me falta é algo que preencha minha vida. 'Para mim, é a minha filha. Mas você não tem nada, aí você usa o afeto pra preencher essa lacuna, e acaba se jogando de cabeça nisso. Você precisa arranjar um hobby, ou algo parecido, que te ocupe, algo que você goste..."

Quase perguntei pra ela como ela conseguiu ter uma filha sem sentir esse tipo de coisa pelo marido. Mas achei melhor ficar quieto. No fundo, eu sei que ela tem razão - quando a neliane me disse que não tinha futuro pra nós e eu estava voltando pra casa, fiquei pensando em algo pra me segurar... e vi que não tinha nada. Religião, amigos aqui, trabalho. Não tenho sonhos. Não tenho projetos de vida. Não tenho laços, não tenho nada que me faça acordar de manhã. Lembro que tinha uma época que você acordava feliz porque tinha o xuxu, que se não fosse você ele ia ser homeless ;). Eu não tenho nenhum sentimento assim.

O pouquinho que me segura são as histórias, em qualquer formato. Livros, filmes, videogames. Tento me envolver numa história, de forma que eu não possa morrer sem saber o final. Uma vez li uma coisa do Neil Gaiman onde ele dava uma outra visão da Sherazade, das mil e uma noites: contar histórias pra manter a morte longe. Eu sou mais ou menos assim... sou formado de histórias. E por 'histórias' incluo as coisas bobas, como saber que a palavra 'alameda' tem esse nome porque originalmente era uma rua ladeada de álamos. Guardo este tipo de coisa aqui dentro, pra manter a morte longe - mesmo que ninguém queira saber.

Anteontem mandei um mail para a Zana, aquela psicóloga amiga de uma amiga, com quem cheguei a me animar mais ou menos na metade do ano passado. Fiz isso porque estou lendo um livro sobre filosofia e crítica literária que era a cara dela. Claro que ela não respondeu - eu não responderia um e-mail estranho de um cara estranho como eu. Mas eu mandei mesmo sabendo que ela não ia responder, porque eu tinha que contar pra alguém. Contar pra neliane? Ela entenderia, mas não posso falar com ela. Contar para minha 'namorada'? Ela diria, como já disse, "só você para gostar de ler esse tipo de coisa".

Viu? É isso que dói. A vontade de repartir, sem ter com quem. E se não posso ter com quem, a solução é terminar com a vontade de repartir.

O budismo fala de Maya, que são as ilusões terrenas. Buda falava de um monge que estava andando no escuro e pisava em alguma coisa que ele achava que era um sapo, e o monge ficou a noite toda se martirizando porque tinha causado a morte de um ser inocente. Mas quando o sol nasce, ele vê que só tinha pisado numa fruta podre; a ilusão causa a dor e o martírio. E, pra mim, é a ilusão de que vai ser diferente. É a ilusão de que vou achar alguém. Quantas vezes eu já falei pra mim mesmo que não era pra fazer isso, mas continuo tentando?

Acho que o que está me doendo tanto é voltar pro vazio. É ter visto, mais uma vez, que podia ser diferente, mas não é. "Kai, já falei que você tem que controlar tua vida, tem que ser feliz pra alguem gostar de você". Eu sei. Saber, eu sei. Só explica isso pro kaizinho que mora aqui dentro e que controla tudo, porque ele não entende.

Esse kaizinho tá dolorido, cansado, triste, amuado. Esse kaizinho tá se sentindo inútil, esquisito e grosseiro. Esse kaizinho tá machucado de novo, uma ferida em cima da outra, de um jeito que eu nunca pensei que fosse possível suportar.

Por que eu sempre faço esses melodramas na minha vida? Por que eu não consigo me contentar com alguém que apenas goste de mim, embora eu não ame; não consigo me contentar em ser alguém mais ou menos, numa casinha mais ou menos, formando uma família mais ou menos? "Não queres jogar sujo, e mesmo assim desejas vencer de modo indevido"."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Continuo me Cortando

Continuo me cortando. Semana passada eu tinha parado, mais porque lembrei que ia ao médico e ele ia perceber, aí ia achar que era por causa dos remédios ou algo assim. Mas consegui esconder dele - mesmo ele arregaçando minhas mangas pra tirar minha pressão... minha capacidade de dissimulação é algo espantoso.

Eu estava conseguindo me segurar. Mas antes de ontem eu a encontrei no corredor, por acaso. Olhei para o chão, mas mesmo assim percebi que ela estava linda.

Não aguentei. Ontem me cortei de novo, e hoje também - nos dois dias, ao ponto de manchar a camisa social que estava usando. Depois, como sempre, eu passo álcool em gel que tem na minha sala - pra não infeccionar, mas mais pra arder mesmo.

E ontem, na hora do almoço, quando percebi estava jogando SAL em cima. SAL! Veja bem, eu me corto, passo álcool e sal, tudo pra sentir doer!

Minha Chefe Me Chamou Para Conversar

Depois de falarmos sobre os processos que eu tinha para resolver, a minha chefe disse:

"Kai, o que acontece? Nunca te vi tão triste, e olha que eu já te vi 'marchando' várias vezes por esse escritório."

Então eu contei que era porque eu tinha me apaixonado e tinha perdido.

"Eu conheço? É alguém daqui do escritório?"

"Não, não é não." Inventei umas meias verdades, acho que a convenci. Mas no resto, não falei meias verdades. Contei tudo o que estava sentindo (só escondi meus braços cortados). Ela foi muito legal comigo, me ouviu, me consolou.

Mas quando saí da sala dela, tive que rir - a sala da moça fica na porta ao lado...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Sra. D sonhou comigo. E acertou de novo.

"Oi Kai, liguei porque sonhei com você na 6a. Sonhei que você veio se despedir, que você ia pedir a conta do teu escritório por causa de uma garota."

O que eu posso responder? Só pude responder "você está certa, só está um pouco atrasada".

Esse tipo de ligação que a a gente tem ainda me impressiona...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Carta de hoje para a lux

Gatinha,

Estou sentindo que meu dia hoje vai ser insuportável. Tenho evitado ao máximo qualquer contato com ela, mal respondo quando ela dá bom dia ao nos cruzermos no corredor. Sempre que vou à cozinha, vejo antes se ela está lá pra não nos encontrarmos (nessa hora é bom eu ter sido isolado numa sala... já te conto isso). Tento tirá-la da cabeça.

Seria tão mais fácil se ela não fosse tão doce, tão adorável... ontem eu passei mal aqui no escritório. Não sei se minha pressão caiu (nao tenho conseguido comer muito nesses temnpos; praticamente me alimento de café preto sem açucar, quatro ou cinco canecas grandes por dia), ou se foi porque reduzi a quantidade de remédios (antes tomava de 8 em 8hs, mas os remediois sao caros e passei a tomar 1x ao dia). Sei que, de repente, meus braços se paralisaram e o formigamento subiu até minha nuca, enquanto eu sentia meu peito se apertando como se vestisse uma túnica de choques eletricos. Perdi um pouco da coordenação motora dos braços também.

Ela estava tirando copias perto da minha sala; eu tive que passar por ela para conversar com a secretária, para pedir que ela ligasse para o meu médico. Depois fui até a cozinha colocar sal debaixo da língua (caso fosse a pressão) e comer um pouco de açúcar (caso fosse hipoglicemia). Ela foi atrás, mnas nao consegui nem falar com ela. Pouquissimo tempo depois, minha chefe veio ver como eu estava, se precisava ir no médico, essas coisas.

De todas as mais de vinte pessoas no escritório, só ela percebeu, ou se importou. Minha 'namorada' não pergunda da minha saúde há uns 15 dias. A secretária viu que eu estava tremendo e quase desmaiando, mas preferiu terminar a ligaçao com 'o cara da net'.

Depois, de brincadeira, mandei uma msg pelo skype da chefe dela (não posso mais usar o skype de qualquer outra pessoa aqui) dizendo para falar que ela era uma 'fofoqueira'. Ela depois me manda um bilhete dizendo que 'era fofoqueira, mas com muito orgulho... que ficava preocupada comigo e que sempre que me visse mal ia dar um jeito de avisar alguém, já que eu não estava mais falando com ela'. E se despede dizendo 'Beijos... (seu teimoso)'.

Eu mandei um mail dizendo que ela não se preocupasse; 'da próxima vez você não vai perceber.' Depois, ela estava saindo e veio perguntar se eu precisava de alguma coisa do Tribunal, e eu só olhei para ela porque foi bem na hora em que eu estava indo na cozinha. Não pude deixar de rir quando a vi, por causa do e-mail que mandei.

Como é possível não se apaixonar mais e mais por alguém assim? Como é possível deixar pra trás, como é possível esquecer? Ela disse que 'queria saber por que estou mal'. Estou mal porque me apaixonei por voce, tá bom assim? :P

Ah, gatinha. Não tenho onde me segurar... eu achava que as coisas estavam ruins ano passado, mas estou tão ruinzinho agora... Talvez uma parte disso seja coisa da doença, que parece que pode piorar depressão; não sei. Só sei que estou com medo do futuro. As duas únicas perguntas que eu faço são: 'vai demorar?' e 'vai doer quando acontecer?'

Sobre me colocar sozinho numa sala, minha chefe disse que 'assim voce se dispersa menos' e, o mais importante, que 'assim você não afeta a todos quando estiver de mal humor'. Agora trabalho numa sala sozinho, sem skype ou telefone, e as pessoas estao terminantemente proibidas de vir aqui, exceto em casos especiais. Tem uma moça do administrativo que vem de tempos em tempos pegar o trabalho que eu fiz e trazer mais. Isso não é de todo ruim; estou acostumado a ficar sozinho mesmo e, de qualquer forma, fico feliz por não prejudicar os outros.

Só uma coisa me incomoda nisso: é um retrato muito fiel da minha vida. Trancado numa sala, sozinho, sem falar com ninguém, escrevendo o tempo todo.

Estou cansado. Queria só poder dormir, dormir até que tudo à minha volta virasse pó...

Kai

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

"O amor toma reféns"

"Você já esteve apaixonado? Horrivel não é? Te deixa vulnerável. Te abre o peito e te abre o coração e quer dizer que alguém pode entrar em você e te detonar por dentro. Você constrói todas essas defesas. Constrói uma armadura completa, e por anos nada pode te machucar, aí­ uma pessoa estúpida, nada diferente de qualquer outra pessoa estúpida caminha para dentro da sua vida estúpida… Você dá a essa pessoa um pedaço de você. Essa pessoa não pediu por isso. Essa pessoa fez algo besta um dia, como te beijar ou sorrir para você, e aí a sua vida não é mais sua.
O amor toma reféns. O amor entra em você. Te come por dentro e te deixa chorando na escuridão, e frases simples como “talvez devêssemos ser apenas amigos” ou “nossa, que perspicaz” se transformam em farpas de vidro movendo-se para dentro do seu coração.
Dói. Não apenas na imaginação. Não apenas na mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, uma dor do tipo que-entra-em-você-e-te-arrebenta. Nada deveria ser capaz de fazer isso. Especialmente o amor. Eu odeio o amor" (Sarah Parker, personagem de Neil Gaiman)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

e me dou choques

Outra coisa que passei o dia fazendo: ainda sinto choques violentos cada vez que abaixo a cabeça. E quando não tem ninguem olhando, faço um sinal de 'sim' com violência, o que causa um choque que vai dos pés, sobe pelas costas e dói até a ponta dos dedos das mãos. E faço isso, e de novo, e de novo, e de novo. Estou fazendo isso nesse exato momento.

Também deixei de comer porque sei que os remédios que estou tomando baixam minha glicemia e minha pressão. No fim do dia, eu estava totalmente tonto.

Eu tô precisando de ajuda.

e eu inventei que a carol estava voltando


Falei pra moça do escritório que a carol estava vindo para minha cidade, talvez morar aqui; ou talvez eu fosse morar com ela em minas. Passei a tarde elogiando a carol, até mostrei a foto dela no registro de advogados (linda, como sempre).

Percebi que ela ficou balançada. Mas não passou disso. O mais engraçado é que, depois de um tempo, eu passei realmente a acreditar que ela estava vindo, ao ponto dessa fantasia toda me acalmar!

Mas não durou muito tempo. Agora, meu coração já está apertado de novo, e hoje só me alimentei de café preto sem açúcar. Pra acalmar a dor do meu coração, eu fiz isso ó:


 
Tá, eu sei que não é bonito. Mas funcionou, o embrulho no meu estômago diminuiu e eu consegui passar o dia. Não sei como vai ser amanhã; pior, não sei como vai ser o fim de semana. Acho que o truque não vai funcionar de novo.

Estou cansado. Quero desistir.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Lux, a luz da minha vida

E quando eu peço uma âncora, é sempre a lux quem surge. Só voce me socorre. Não sei o que eu faria sem você.

Âncora

Quando estava voltando para casa, depois de deixar a moça no ponto, eu rezei pedindo só uma coisa: uma âncora que me segurasse a esse mundo. Algo que me prendesse à terra, porque eu me senti como se não tivesse nenhum tipo de ligação com nada daqui. Queria uma corda, de verdade, não uma corda metafórica, que me amarrasse a qualquer coisa: a um prédio, a um poste, ao céu, ao meu trabalho... não sei explicar, só sei que me senti flutuando no vazio, sem ligação com nada nem com ninguém.

O que me mantém aqui?

Da volta para casa

Eu falei com a moça do escritório enquanto íamos para o ponto de ônibus. Tinha outra advogada junto, que ficou no meio do caminho, então na verdade pudemos falar bem pouco.

Ela falou que 'sentia por ter estragado minha vida'. Chorava porque achava que tinha me 'destruído'. Destruído? Na verdade ela me deu dois dias maravilhosos, e foi o que eu falei a ela. Aí chegou o ônibus dela, e eu fui beijá-la, ela se afastou. Pedi um abraço, ela se fechou como um caracol e disse que 'tinha que ir'.

Senti falta daquele abraço que não demos. Mais do que do beijo. Queria tê-la abraçado de verdade; queria tê-la envolvido nos meus braços, com força, com amor. Aquele abraço não dado foi talvez uma das coisas mais tristes de toda minha vida. Se ela tivesse deixado eu abraçá-la, ela teria sentido tudo o que eu sinto por ela. aquele abraço era tudo pelo que eu tinha ansiado desde que me separei da Sra. D. Mas eu nao pude dá-lo.

Fui até o ponto do meu ônibus chorando por todo o caminho; mal sei como cheguei em casa. Tenho medo da noite, medo de ficar sozinho. Tenho medo do amor.

Não quero ir pra minha cama; estou com medo. Queria não estar tomando tantos remédios, pra poder beber; mas eu não posso. Voltei a ter medo do futuro, agora de um jeito como nunca tive antes... um medo escuro e rastejante, um medo que me sufoca de um jeito que não sei descrever. Queria conseguir esquecê-la; queria não tê-la conhecido. Queria jamais ter provado disso.

Eu já sei como isso funciona. Daqui a uma semana é que vem a dor de verdade. A dor de verdade vai vir cada dia em que ela for embora sem falar comigo, ou que sair com o namorado dela. A dor de verdade vai vir quando eu tentar fazer sexo com a jaque e não conseguir; a dor de verdade vai vir lá na frente, e não vai embora tão cedo.

Queria que minha mãe estivesse aqui, pra poder deitar minha cabeça no colo dela. Queria poder chorar no colo dela até dormir, enquanto ela cuida de mim... mas não posso. Vou ter que dormir no meu quarto escuro, o mesmo quarto onde, ontem, eu acordei durante a noite de tanto desejo por ela.

Ela disse que 'se tivesse me encontrado em outra fase da vida seria diferente'. Bem, não seria. Eu sou um sonhador; as coisas acontecem sempre como devem ser. Se ela 'não estava na fase certa', não era pra ser.

Acho que isso significa que eu devo me contentar com alguém como a jaque - nao alguem que eu ame, mas alguem que me suporte. Não alguem com quem eu consiga conversar, ou alguém com quem eu goste de estar junto; mas meramente alguem que eu consiga arranjar.

Sabe, vou sentir muita falta desta garota. Conversar com ela me fazia muito, muito bem. Tomara que ela seja feliz com o cara que está com ela, ou com quem quer que venha depois; eu a amo o suficiente para desejar que ela seja feliz.

E você, Kai? Você não vai ser feliz?

Eu não sei. A cada dia que passa eu acredito menos nisso. A cada dia que passa eu fico mais velho, mais triste, mais doente. A cada dia que passa eu fico mais ranzinza, mas cético, mais amargo. A cada dia que passa eu acredito menos nas coisas e nas pessoas. "Tudo falha, senhor. As pastagens, as colheitas e o coração dos homens."

Sete anos de busca, em trinta e três de vida. Quase um quinto da minha vida - o último quinto da minha vida - procurando algo, e a cada vez que eu achava que tinha encontrado, uma bofetada. Não sei até onde aguento.

Eu estava pensando na minha doença; primeiro, eu achava que eu me odiava tanto que meu próprio corpo tentava me matar. Mas, agora, cheguei à conclusão de que é o contrário... meu corpo escuta o que eu falo tanto, escuta eu falando tanto que preciso descansar, que resolveu dar um jeito nisso. Meu corpo me ama tanto que resolveu acabar com tudo...