domingo, 5 de dezembro de 2010

Traficantes

Ontem meu irmão chega e pede dinheiro para minha irmã para pagar a dívida com o traficante. Minha irmã pede que eu vá junto para ela não ir sozinha na boca de fumo.

Vamos até lá, deixamos ele numa rua próxima da boca e esperamos. Esperamos, esperamos, esperamos. Minha irmã chorando de dores de cólica; fomos até a farmácia comprar remédio, voltamos e ele não tinha voltado. Voltamos para casa porque minha irmã não aguenta de dor; isso foi às duas horas da tarde.

Às onze da noite ele liga pedindo para ir buscá-lo. Eu vou, mais pra poder dormir em paz do que qualquer coisa.

Ele estava sem o tênis, sem a camisa e sem o boné que estava quando o deixamos; usava chinelos como um mendigo. Entra no carro e me pede mais trinta reais pra pagar o traficante. Claro que não dei, e fui brigando com ele até em casa. Falei que ele tinha que se internar, que se quisesse f*der com a vida dele tudo bem, desde que não f*desse com a nossa; que no dia que meu pai morreu tivemos que procurar ele na boca de fumo e ele tava fumado de pedra, e nem assim tinha tomado vergonha na cara.

To cansado. Eu me sinto sozinho, sem ter nada pra me segurar.

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