Este é o texto que uso no meu perfil do orkut. Tenho muito orgulho dele; é uma das coisas mais lindas que já escrevi. Infelizmente, continua atual, depois de todo este tempo.
Ainda lembro do dia em que ele surgiu. Foi, claro, por causa de uma garota, em quem investi e, claro, não deu em nada.
"Abri meus portões; lancei meus soldados e meus recursos pelo deserto de minha vida. Libertei um rio de aço e fogo, toda minha força na ponta das lanças que refletiam os raios do Sol.
Mas os soldados se bateram nos portões da Cidadela como ondas contra os rochedos, as flechas eram como agulhas de pinheiro contra escudos de carvalho. Meus cavalos se afundaram em solo pantanoso, e seus relinchos de desespero violaram a noite junto com os gritos dos cavaleiros. Meus falcoeiros esperaram em vão o retorno de seus pássaros e meus cães de guerra caíram feridos de morte. O exército que preparei, as armas que forjei, as armaduras que montei, os planos que fiz, todos sucumbiram diante daquelas muralhas como flores sob a neve.
Não há caça no campo.
Recolherei meus exércitos, resgatarei uns poucos cavalos. Abandonarei os falcões e os cães, esquecerei os que caíram reféns.
Não há caça no campo.
Dispensarei a soldadesca. Que voltem a empunhar arados e forcados! Que se refugiem em suas casas, que se escondam de medo diante dos inimigos! Que os cavalos sejam atrelados com os bois mais lentos, que os cães sirvam apenas para pastorear!
Probirei até o ataque à raposa e ao furão, a busca ao porco selvagem e ao gamo. Probirei a defesa dos galinheiros e dos pastos. Mesmo os corvos serão soberanos, sem espantalhos que os atrapalhem.
Que se anuncie que esta é uma terra de covardes e de tolos, uma terra sem guerreiros e sem exércitos.
Pois não há caça no campo."
quinta-feira, 23 de abril de 2009
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