quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma Estranha Urdidura

Os cortes já se sobrepõem. Consigo enxergar três camadas de cicatrizes, em estágios diferentes. Em vários pontos eles se encontram e ali se forma uma gota de sangue, como um rubi engastado na urdidura. Se alguém quiser ler meu futuro, não é nas mãos que deve procurar linhas; é nos braços que a trama da minha vida se revela. Porque cada fio daqueles tem uma história própria, que é a história dos meus dias. Aos poucos consigo vislumbrar a silhueta da minha alma naquelas linhas; elas traçam os paralelos e meridianos do mapa da minha dor, das minhas esperanças e das minhas frustações.

Um comentário: