domingo, 3 de maio de 2009

Na sexta-feira a minha chefe veio perguntar como eu estava, se tinha diagnóstico, esse tipo de coisa. Expliquei tudo o que aconteceu, que não é esclerose, etc. etc. (normalmente espero as pessoas perguntarem; sou contra a evasão de privacidade, como se sabe).

Quando eu estava quase saindo da sala ela disse: "vou te dar uma sugestão: acho que vcê devia fazer um curso para mudar de ares, não pensar tanto em trabalho. Se não me engano, tem um grupo ou um curso para cinéfilos que eu acho que você iria gostar, assim você se distrai e conhece pessoas".

Hm. Curso de cinéfilos, para eu pensar menos no trabalho.

É mais fácil eu ir no de familiares dos narcóticos anônimos (e sim, estou vendo isso). É mais fácil eu trabalhar até tarde para não ter que voltar para casa e tentar não pensar no meu irmão e no meu pai. É mais fácil eu ficar sozinho em casa organizando as fotos de mulher pelada que tenho no computador, como fiz nesse feriado.

Não sei mais viver em sociedade. Quando percebo, acabei de ser grosseiro, ou falar algo que aparentava ser inocente e foi uma tremenda falta de tato, ou algo que gera aqueles silêncios constrangedores.

Ainda mais agora, que estou me sentindo fisicamente repulsivo. Quero o mínimo possível de contato com as pessoas. Tudo bem, porque nem sei se quero mesmo viver em sociedade.

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