Ontem estava deitado na minha cama e lembrei que minha irmã havia dito que era dia das almas, dia de rezar pelos que se foram. Comecei a lembrar o monte de pessoas que conheci e que já não está mais aqui... a lista é quase maior que a lista de pessoas que conheço.
Repentinamente, senti que ia morrer logo - como se não fosse acordar hoje. Como se a morte tivesse mais urgência que a vida, como se morrer fosse o normal e a gente morresse o tempo todo e só vivesse uma vez. Um sentimento muito próximo ao que tive nas vezes em que pressenti os acidentes de carro e as notícias que depois se provaram verdadeiras.
Tive medo. Um medo que veio daqui de dentro, irracional., que beirou o desespero. Depois, racionalmente, percebi que levei uma vida boa - não completa como eu gostaria, mas boa, no geral. O medo passou.
Ainda estou aqui. Não queria ir embora agora - existem histórias das quais ainda quero saber o final, embora elas não sejam muitas.
terça-feira, 30 de março de 2010
Vou ficar mais isolado ainda. E isso é ótimo!
A sala onde trabalho atualmente vai ser ocupada por outro setor; com isso, vou para outro andar, ficar sozinho junto com o arquivo morto. Meu trabalho não mudará praticamente nada, e não tenho problemas em ficar sozinho.
Na verdade, mal posso esperar a hora! Assim não vou mais que encontrar a menina no corredor o tempo todo... e é interessante notar que vê-la me desmonta, como se não tivesse passado nem um dia desde que aconteceu tudo, ou como se eu não tivesse percebido que tudo não passou de uma brincadeira para ela.
Queria conseguir mandar no meu coração. Mas pelo menos consigo ignorá-la a maior parte do tempo, e também não tenho mais me cortado. Espero que melhore ficando mais longe.
Na verdade, mal posso esperar a hora! Assim não vou mais que encontrar a menina no corredor o tempo todo... e é interessante notar que vê-la me desmonta, como se não tivesse passado nem um dia desde que aconteceu tudo, ou como se eu não tivesse percebido que tudo não passou de uma brincadeira para ela.
Queria conseguir mandar no meu coração. Mas pelo menos consigo ignorá-la a maior parte do tempo, e também não tenho mais me cortado. Espero que melhore ficando mais longe.
terça-feira, 23 de março de 2010
Hoje foi Difícil
Hoje ela estava insuportavelmente linda. Normalmente eu nem a vejo, ou tento não a ver. Mas hoje não teve como, porque ela saiu do elevador exatamente quando eu estava no saguão esperando.
Eu sei que ela não vale o sal que come, e que certamente nem se importa mais comigo. Mesmo assim, é difícil esquecê-la.
Eu sei que ela não vale o sal que come, e que certamente nem se importa mais comigo. Mesmo assim, é difícil esquecê-la.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Proust
Ainda preciso escrever aqui sobre como Marcel Proust salvou minha sanidade. Estou lendo "Em Busca do Tempo Perdido", que é um livro clássico, que tem mais de três mil páginas; ainda estou no começo (250 pg.), mas o grande trunfo de Proust é escrever de um jeito que você lê e percebe que aquela história poderia ser a sua. E ele escreve sobre coisas que eu estou sentindo... é como perceber que não estou sozinho e que não estou louco; que isso tudo já acontecia no século XIX. Não sei explicar muito bem, mas aquilo tocou o meu racional e me acalmou muito...
Eu estou melhor
Não bem, mas melhor. Aos poucos vou percebendo o que todo mundo já sabe, que eu era só uma brincadeira. Como escrevi ali embaixo, eu ainda gosto dela, mas estou juntando coisas suficientes para o cérebro tomar o controle da bodega de novo - definitivamente, espero.
Nêmesis, Medusa e Odette de Crécy
Lembra que a minha chefe me chamou para conversar, porque eu estava muito triste? Semana passada ela me falou que sabia quem era, e eu sabia que eu sabia.
"Mas a dra descobriu porque é boa em descobrir essas coisas ou eu que menti mal?"
"As duas coisas"
"Eu menti tão mal assim?"
"Pessimamente", ela disse. Bem, ficou por isso mesmo - ela só me recomendou mudar minhas frases de skype, mesmo que a menina não estivesse nele, porque "senão ela fica se achando importante" (coisa que a lux ja tinha dito).
Bem, ontem minha chefe foi fazer entrevista para ser aceita na MBA. Como era em um bairro meio barra pesada e ela não sabia bem onde era, eu fui com ela. Depois da entrevista, fomos comer uma pizza e tomar um chopp, como às vezes acontece. E o tema acabou vindo. Ela falou:
"Eu acho a moça uma pessoa muito madura para a idade dela, e tem uma série de qualidades. Mas tem um defeito muito sério: a necessidade de seduzir todo homem que aparece. Já aconteceu com o x, o y e o z (que eu já sabia), e isso vai acabar trazendo problemas sérios para ela.
Sabe como eu a vejo? Exatamente como a Medusa, é a imagem que eu tenho dela."
Tudo isso é exatamente igual o que a lux já tinha dito - uma maria-gasolina. Mas foi outra coisa que ela falou que me deu um estalo:
"depois que ela percebeu que eu sabia, foi falar com a coordenadora do setor, pra conversar sobre a repercussão do que aconteceu."
Falar da repercussão do que nunca aconteceu, devia ter dito. Eu me consumindo, me cortando pra suportar, e ela só pensando em tirar o dela da reta! Eu já tinha percebido uma coisa parecida, quando ela ficou preocupada se tinha como recuperar as conversas no skype, mas não achei que fosse a esse nível. E ainda conversaram na sala de reuniões que fica na frente da minha, separada só por um vidro! no dia eu lembro que fiquei preocupado, achando que ela estava levando uma mijada por causa de algum problema, e a vadia só queria livrar o rabo!
Tá, o sentimento não morre assim de uma hora pra outra - ainda estremeço quando ouço sua voz. Mas, fica cada vez mais claro que não tinha nada que eu pudesse fazer pra dar certo, porque ela me enganou o tempo todo. Como fui tolo! Era por isso que ela não conseguia olhar nos meus olhos: não porque meu olhar fosse forte como eu imaginava, mas porque se eu olhasse pelas janelas da sua alma eu descobriria tudo.
Maria-gasolina não é o termo. O termo é uma palavra menor, de apenas quatro letras. Ela não vale o sal das minhas lágrimas.
"Mas a dra descobriu porque é boa em descobrir essas coisas ou eu que menti mal?"
"As duas coisas"
"Eu menti tão mal assim?"
"Pessimamente", ela disse. Bem, ficou por isso mesmo - ela só me recomendou mudar minhas frases de skype, mesmo que a menina não estivesse nele, porque "senão ela fica se achando importante" (coisa que a lux ja tinha dito).
Bem, ontem minha chefe foi fazer entrevista para ser aceita na MBA. Como era em um bairro meio barra pesada e ela não sabia bem onde era, eu fui com ela. Depois da entrevista, fomos comer uma pizza e tomar um chopp, como às vezes acontece. E o tema acabou vindo. Ela falou:
"Eu acho a moça uma pessoa muito madura para a idade dela, e tem uma série de qualidades. Mas tem um defeito muito sério: a necessidade de seduzir todo homem que aparece. Já aconteceu com o x, o y e o z (que eu já sabia), e isso vai acabar trazendo problemas sérios para ela.
Sabe como eu a vejo? Exatamente como a Medusa, é a imagem que eu tenho dela."
Tudo isso é exatamente igual o que a lux já tinha dito - uma maria-gasolina. Mas foi outra coisa que ela falou que me deu um estalo:
"depois que ela percebeu que eu sabia, foi falar com a coordenadora do setor, pra conversar sobre a repercussão do que aconteceu."
Falar da repercussão do que nunca aconteceu, devia ter dito. Eu me consumindo, me cortando pra suportar, e ela só pensando em tirar o dela da reta! Eu já tinha percebido uma coisa parecida, quando ela ficou preocupada se tinha como recuperar as conversas no skype, mas não achei que fosse a esse nível. E ainda conversaram na sala de reuniões que fica na frente da minha, separada só por um vidro! no dia eu lembro que fiquei preocupado, achando que ela estava levando uma mijada por causa de algum problema, e a vadia só queria livrar o rabo!
Tá, o sentimento não morre assim de uma hora pra outra - ainda estremeço quando ouço sua voz. Mas, fica cada vez mais claro que não tinha nada que eu pudesse fazer pra dar certo, porque ela me enganou o tempo todo. Como fui tolo! Era por isso que ela não conseguia olhar nos meus olhos: não porque meu olhar fosse forte como eu imaginava, mas porque se eu olhasse pelas janelas da sua alma eu descobriria tudo.
Maria-gasolina não é o termo. O termo é uma palavra menor, de apenas quatro letras. Ela não vale o sal das minhas lágrimas.
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